O Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (SENEC), Luís Brites Pereira, incentivou as ONGD portuguesas a trabalharem, “em conjunto” com o Estado, na procura de “soluções” que assegurem a continuidade das políticas e projetos de Educação para o Desenvolvimento (ED), tendo em conta a situação “difícil” que o país atravessa.
Este membro do Governo pronunciava-se assim numa tertúlia organizada pelo Grupo de Trabalho de ED da Plataforma Portuguesa das ONGD, intitulada “O Desenvolvimento precisa dos Cidadãos”, no dia 22 de maio, que contou, também, com a presença do presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, José Ribeiro e Castro, para além de uma significativa representação de organizações da sociedade civil e da área educativa.
Após classificar a Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento como “eixo fundamental” das políticas de Desenvolvimento, o Secretário de Estado lembrou a situação “difícil” que o país enfrenta em matéria económica e financeira, sugerindo “olhar para esta crise como uma oportunidade para se trabalhar em conjunto”.
Neste contexto de procura de “novas soluções” para a continuidade dos projetos de Educação para o Desenvolvimento, o Dr. Luís Brites Pereira propôs, ainda, “alargar o diálogo” ao setor privado e às instituições europeias, oferecendo a sua disponibilidade para facilitar o acesso das ONGD portuguesas às linhas de financiamento comunitárias.
Posteriormente, destacou o trabalho “estruturante” das ONGD na promoção e sensibilização para as temáticas de Educação para o Desenvolvimento, sublinhando a importância de “quebrar a indiferença” da sociedade atual para as problemáticas globais e respeito dos Direitos Humanos no mundo.
“Se nos tornarmos mais humanos, mais atentos às necessidades dos outros, também estaremos empenhados na resolução dos problemas e em transformar a sociedade. Passamos, então, a ser agentes de mudança”, salientou.
O presidente da Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura reafirmou os estabelecimentos de ensino como o lugar mais apropriado para a promoção da Educação para o Desenvolvimento, destacando o papel essencial do professor e sugerindo novos itens de debate para o enquadramento dos conteúdos de ED no currículo escolar.
Aberto o turno de intervenção dos participantes, os representantes das organizações da sociedade civil agradeceram a presença das autoridades políticas e partilharam as suas ideias e sugestões para uma efetiva promoção da Educação para o Desenvolvimento em Portugal, chamando a atenção para uma abordagem mais coerente das políticas de Desenvolvimento e para o reforço da capacitação de professores nas questões da ED.
Luísa Teotónio Pereira, representante do CIDAC – Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral, fechou a tertúlia felicitando os presentes pela iniciativa e sublinhando a necessidade de serem aplicadas políticas para a promoção de Educação para o Desenvolvimento como resposta aos “desafios” do mundo atual, em permanente e veloz mudança.
Fonte: Aidglobal