Decorreu na última semana de novembro, em Sintchão Adulai, na sede da DIVUTEC, na região leste da Guiné-Bissau, a 2ª formação promovida pelo PDSA II, sob a coordenação da Associação Guineense de Estudos e Divulgação de Tecnologias Apropriadas – DIVUTEC, instituição parceira na implementação da 2ª fase do PDSA.
Gestão de Bancos de Cereais foi o tema administrado durante quatro dias, que contou com a presença de formandos (animadores e agrónomos) dos PIR – Programa de Implementação Regional, das Organizações da Sociedade Civil parceiras e beneficiárias do PDSA.
Lizandra Gomes, animadora da associação Amigos da Guiné-Bissau (AGB), frisou a vantagem que esta formação tem para as associações, “porque vem contribuir para diminuir a pobreza junto dos camponeses e ajudá-los a manter uma boa qualidade das sementes conservadas nos Bancos de Cereais, como também, de não estarem sujeitos a comprar, sempre, as sementes em cada campanhas agrícolas”.
“A partir desta formação estamos mais apetrechados em termos de sensibilizar a população no âmbito da importância dos Bancos de Cereais, principalmente em conservação de sementes para uma tabanca ou população”, disse a animadora da associação AGB, que intervém na Região de Cacheu.
Ainda existem associações que não têm Bancos de Cereais nas suas comunidades, e a Associação para o Desenvolvimento Sustentável (ADS) é uma delas. Segundo Pipi Gomes da ADS, tabancas sem Bancos de Cereais enfrentam dificuldades em recolher rápido e eficaz os materiais de trabalho, perdem muito tempo em procurar sementes e materiais de trabalho, até podem correr risco de não encontrar sementes de boa qualidade para a lavoura. Enquanto que as comunidades com Bancos de Cereais, têm tudo à mão, e sem muito esforço e dinheiro.
Uri Sidibé, da ONG Guiarroz, O Arroz da Guiné-Bissau, sedeada em Comtuboel, com uma larga experiência em Bancos de Cereais, afirmou que os “Bancos de Cereais para uma comunidade são muito importantes, porque nesse espaço, para além das sementes também estão guardados os materiais agrícolas. Para além disso, também podes contrair crédito de sementes, principalmente quando não tens dinheiro para as comprar no momento. Mais tarde, podes reembolsar de acordo com a negociação feita com os gestores do espaço”.
Uri considera que a principal mais-valia do Banco de Cereais é a garantia de qualidade que as sementes conservadas nesse espaço têm. Porque, comprando sementes no mercado livre, pode-se ser enganado e comprar sementes fora de prazo e sem capacidade de germinação. Enquanto que no Banco de Cereais há uma constante substituição de sementes.
Com a presença dos Bancos de Cereais nas comunidades existe uma contribuição direta para a Segurança Alimentar no país, porque, nos momentos de crise, as associações podem emprestar sementes às pessoas, para depois pagarem nas próximas colheitas. Desta forma evitam a fome nas comunidades.
Para concluir, a animadora do Guiarroz disse que, uma comunidade bem organizada, com uma associação ou agrupamento legalizada, tem condições de criar bancos de cereais para ajudar a comunidade, lutar contra a insegurança alimentar.