Organizadas pela primeira vez, as Jornadas Luso-São Tomenses de Otorrinolaringologia decorrem nos dias 15 e 16 de fevereiro, no Centro Cultural Português, onde será lançado um projeto-piloto de Língua Gestual São-Tomense.
Neste evento de dois dias, que conta com o alto patrocínio da Embaixada de Portugal em São Tomé e Príncipe (STP), do Ministro da Saúde e Assuntos Sociais de STP, presente na sessão de abertura, e do Primeiro Ministro de STP, que estará presente no encerramento, o enfoque será dado ao “Ouvido”, e os painéis contarão com a participação de médicos do Hospital CUF Infante Santo, Hospital D. Estefânia e docentes da Universidade Católica Portuguesa e Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa. De destacar, também, o apoio do Ministro da Saúde de Portugal, Paulo Macedo, na mensagem de felicitação enviada por esta ocasião ao Primeiro-Ministro de São Tomé.
Numa parceria do IMVF com o Ministério da Educação, Formação e Cultura de São Tomé e Príncipe, Ministério da Saúde e Assuntos Sociais de São Tomé e Príncipe e Mota Engil, será lançado durante estas jornadas o projeto-piloto para a criação de um dicionário de Língua Gestual em São Tomé e Príncipe, um passo importante para a comunicação das crianças são-tomenses com surdez.
Na génese deste projeto estão necessidades concretas sentidas em STP, no decorrer no projeto Saúde para Todos: Programa Integrado e Saúde para Todos: luta contra as doenças não transmissíveis, implementado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr, nomeadamente da existência de um elevado índice de crianças com surdez profunda, da inexistência de Língua Gestual São-Tomense, da carência de uma estrutura capaz de integrar a comunidade surda São-Tomense, da ausência de medidas legislativas orientadas para a melhoria da qualidade de vida da comunidade surda, fatores agravados por um ensino exclusivamente oral e do acesso limitado a terapia da fala.
Acreditando que este projeto possa contribuir para a melhoria no panorama auditivo do país, do programa fazem parte o acompanhamento através de consultas de audiofonologia, a colocação de próteses, a formação de técnicos especializados e a criação de uma linguagem adaptada, estando a disseminação nacional dependente da angariação de novos recursos financeiros.
Consulte aqui o Programa das 1as Jornadas Luso-São Tomenses de Otorrinolaringologia.