A iniciativa teve como objetivo aumentar a segurança alimentar das regiões e populações mais vulneráveis da Guiné-Bissau. Através do Programa Descentralizado de Segurança Alimentar e Nutricional (PDSA/GB), o IMVF beneficiou mais de 23 mil pessoas, intervindo em 247 aldeias.

Quando em 2007-2008 se registou o aumento generalizado dos preços dos produtos alimentares, a Guiné-Bissau estava particularmente vulnerável. Em resposta, o IMVF com o cofinanciamento da União Europeia deu início ao PDSA-GB. Uma iniciativa de abrangência nacional que durante dois anos, juntou o IMVF, o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Guiné-Bissau (MADR) a nove Organizações da Sociedade Civil, com vista a aumentar o acesso, disponibilidade e utilização estável de bens alimentares agrícolas nas comunidades mais vulneráveis.

Na conferência de encerramento, que decorreu no passado dia 28 de outubro, em Bissau, foi apresentado o investimento: foram adquiridas e distribuídas mais de 100 toneladas de sementes – principalmente de arroz. Foram também distribuídos utensílios agrícolas, reabilitados mais de 2000 hectares de bolanhas (arrozais), criadas 34 hortas comunitárias e abertos 26 poços, para além da aquisição e distribuição de descascadoras de arroz, moinhos de milho e mandioca, bem como instalação de prensas de óleo de palma ao nível da transformação agrícola. Destacamos a criação de uma base de dados com o registo das iniciativas em curso no país na área da segurança alimentar, incluindo georeferenciação, numa parceria entre o IMVF, a FAO e o MADR.

O retorno é já visível. Num país em que 33% da população vive com menos de um dólar por dia, sofrendo de insegurança alimentar crónica por falta de meios de produção, transformação e armazenamento, a intervenção do PDSA-GB chegou a 247 tabancas (aldeias) de várias regiões da Guiné, beneficiando diretamente mais de 23 mil pessoas.

Um esforço agora reconhecido pela União Europeia, que continuará a apoiar a iniciativa, financiando uma segunda etapa do PDSA, com o objetivo de rentabilizar o trabalho já feito e garantir a autossuficiência e eficácia do trabalho das organizações locais nesta área.

O PDSA incluiu também uma componente de formação via rádio – a Escola Agrícola do PDSA – um espaço para divulgar informação e esclarecer dúvidas. Já difundido por nove rádios comunitárias, em 10 línguas, o programa terá continuidade nesta segunda etapa, que começa agora e terminará em 2013.

 

Uma das prioridades do PDSA tem sido promover o acesso das mulheres a conhecimentos, insumos e tecnologias, sobre as atividades que lhes são tradicionalmente afetas: horticultura, moagem, descasque, produção de óleo de palma, comercialização e atividades produtivas em geral.

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