Reduzir a pobreza e promover o desenvolvimento socioeconómico nas comunidades dos Quilombos, no Maranhão, são as prioridades do novo projeto em solo brasileiro.
Embora o Brasil seja caracterizado como país de Desenvolvimento Humano Elevado (84ª posição, IDH PNUD 2011), o país ainda é palco de notórias clivagens sociais. Entre as populações mais vulneráveis, destacam-se as comunidades de Quilombolas do Estado do Maranhão, um dos estados federais mais miscigenados do país com mais de 70% de afro-descendentes.
Há oito anos a intervir continuamente na região, o IMVF adquiriu um conhecimento profundo da realidade local. Para ajudar a colmatar as vulnerabilidades ainda existentes, limitadoras do progresso sustentável, nos próximos 36 meses (abril 2013 a abril 2016) o projeto “Promoção de Tecnologias de Economia Solidária em áreas de Quilombos, no Maranhão” vem dar resposta a um apelo direto das comunidades de Quilombolas do Maranhão e, em particular, do principal parceiro local, a ACONERUQ – Associação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas do Maranhão.
O facto de não existirem políticas públicas específicas ao seu fortalecimento tem contribuído para a vulnerabilidade social e económica destas comunidades rurais, marcadas pelo baixo rendimento familiar, dificuldade no acesso e direito de propriedade da terra, fraca capacidade de produção das comunidades, fracas expetativas dos jovens e no crescente empobrecimento das mulheres.
Apesar das inúmeras dificuldades sociais que enfrentam, as comunidades Quilombolas conservam os seus valores ancestrais, tendo na terra uma riqueza incontornável. Contudo, as suas potencialidades não são ainda totalmente aproveitadas, fazendo com que centenas de Quilombolas vivam apenas de uma economia de subsistência.
Urge assim contribuir para uma melhor articulação do mercado local e introduzir, no seio destas comunidades, princípios básicos de Economia Solidária e inclusão social, que contribuam para a melhoria das condições de vida e reforço das associações Quilombolas, através do aumento da geração de renda familiar e da melhoria das condições de salubridade.
Este projeto é cofinanciado pela União Europeia, tendo como parceira a ACONERUQ, esperando-se que tenha impacto nas cerca de 5400 pessoas que compõem as comunidades Quilombolas do Maranhão.
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