No Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, 17 de outubro 2014, e no mês em que se assinala o Dia Mundial da Alimentação, o IMVF inaugurou uma nova instalação dedicada ao primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) – Erradicar a Pobreza Extrema e a Fome – intitulada “Fome Zero”. Pensada no âmbito do projeto de Cidadania Global, Museu Mundial esta instalação pode ser visitada no Museu Municipal de Loures – Quinta do Conventinho.

A menos de 500 dias da data estabelecida para que as metas propostas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio possam ser atingidas, e embora o objetivo de reduzir para metade a proporção de pessoas que vive em pobreza extrema tenha sido alcançado globalmente em 2010, os progressos na redução da pobreza têm sido frágeis e irregulares.

Segundo o relatório “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo” – publicado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) – apesar do decréscimo global do número de pessoas com fome em mais de 100 milhões nos últimos dez anos, atualmente cerca de 805 milhões de pessoas não têm acesso a uma alimentação suficiente e de qualidade nutricional.

 

O mesmo relatório destaca que “uma redução da fome acelerada, substancial e sustentável é possível com o necessário compromisso político”, o que requer “uma abordagem integrada” que inclua “investimentos públicos e privados para aumentar a produtividade agrícola; o acesso à terra, serviços, tecnologias e mercados; e medidas para promover o desenvolvimento rural e proteção social para os mais vulneráveis, incluindo o reforço da sua resiliência perante conflitos e desastres naturais”

 

A importância dos insetos comestíveis no combate à fome no mundo foi uma das abordagens apresentada no relatório “Insetos comestíveis: perspetivas futuras para a segurança alimentar dos humanos e dos animais”, divulgado em 2013 pela FAO, no qual se defende que os insetos, consumidos atualmente por 2.000 milhões de pessoas, são uma alternativa à produção de carne, com vantagens para a saúde e para o ambiente. Aos mitos instalados sobre os insetos comestíveis, a FAO contrapõe com alguns factos: contêm proteínas de alta qualidade, vitaminas e aminoácidos para os seres humano e são uma fonte de alimentação ecologicamente mais eficiente do que as vacas, os frangos e os porcos. Infografia Insetos: Mito vs Realidade disponível aqui.

No mesmo relatório, esta agência das Nações Unidas refere que os insetos comestíveis sempre fizeram parte da alimentação humana em diferentes culturas e regiões, como o leste asiático e alguns países africanos, e podem ser encarados como uma das soluções aos desafios da segurança alimentar mundial, pelo que a introdução de insetos em algumas refeições faz parte dos hábitos alimentares, embora cause repulsa em muitos ocidentais.

 

Esta instalação procura dar a conhecer o potencial destes insetos como fonte de alimentação e apoiar causas e políticas que promovam um combate eficaz à pobreza e à insegurança alimentar.

 

O Instituto Marquês de Valle de Flôr coordena em Portugal, em parceria com o Instituto Politécnico de Leiria – Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria e a Câmara Municipal de Loures, o projeto europeu Museu Mundial. Este projeto inovador em Portugal tem por objetivo contribuir para a disseminação e implementação dos ODM e da nova agenda do desenvolvimento em museus.

Conheça as instalações já inauguradas sobre os ODM no Museu Municipal de Loures aqui.

Leia o folheto da instalação aqui e a tabela nutricional aqui.

Saiba mais sobre o projeto Museu Mundial aqui e acompanhe o facebook em Connected for a Better World

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