O Instituto Marquês de Valle Flôr, juntamente com 25 associações em 23 países europeus está a implementar o projeto Economia Social e Solidária (“SUSY – SUstainable and Solidarity EconomY”), financiado pela União Europeia, cujo principal objetivo é fortalecer as competências dos atores locais envolvidos na economia social e solidária e promover um novo paradigma de desenvolvimento económico, de forma a combater a pobreza e a partilhar um modo de vida equilibrado e sustentável.
Cooperativas, associações de desenvolvimento local, banca ética, mutualidades, lojas de comércio justo são exemplos de economia social e solidária, modelos de produção, distribuição, consumo e poupança que se baseiam em princípios de equidade, sustentabilidade, participação e em ligação direta com o território. O projeto Economia Social e Solidária pretende dar a conhecer as melhores práticas de economia social e solidária desenvolvidas a nível nacional, europeu e internacional, para que todas as pessoas interessadas e envolvidas em iniciativas nesta área possam interagir e partilhar novas ideias e práticas e descobrir e participar em futuras oportunidades e possibilidades de economia social e solidária.
Implementado em Portugal pelo IMVF em parceria com várias associações internacionais, este projeto que decorre entre 2015 e 2018 foi oficialmente apresentado no passado dia 8 de outubro de 2015 em Bolonha, Itália. O principal orador do evento foi o economista e professor universitário, Paulo Singer, da Secretaria Nacional da Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego do Governo do Brasil, considerado o fundador da Economia Social e Solidária.
Investigação, formação, informação/comunicação e advocacia são os quatro vetores chave a partir dos quais o projeto Economia Social e Solidária vai ser desenvolvido. As atividades de investigação envolvem o mapeamento das melhores práticas de economia social e solidária em 46 territórios da União Europeia e em 10 países do mundo (Brasil, Bolívia, Índia, Israel, Malásia, Maurícias, Moçambique, Palestina, Tunísia e Uruguai). As melhores práticas serão analisadas e comparadas em vários workshops em toda a Europa e as formações serão realizadas nos 46 territórios envolvidos no projeto.
Está também prevista a realização de várias atividades de comunicação e informação, desde o lançamento de um website com um mapa das experiências de economia social e solidária mais relevantes até à realização de uma vídeo-reportagem, competições e festivais de cinema. Os cidadãos europeus serão também alvo de ações de sensibilização através de vários eventos locais, enquanto as atividades de advocacia vão envolver principalmente representantes institucionais e políticos a nível europeu e local.
A Economia Social e Solidária é um fenómeno em crescimento, com aproximadamente 6,5% cidadãos europeus a trabalhar diretamente neste setor (Parlamento Europeu). A nível europeu, Espanha, Portugal, Bélgica e França têm também uma legislação nacional sobre a Economia Social e Solidária. O Luxemburgo também estabeleceu um ministério específico para acompanhar este tema, e em Itália existe atualmente 10 leis regionais sobre esta matéria. Mas é nos países da América Latina que a ESS regista os seus maiores sucessos.
O que é a Economia Social e Solidária?
Existem várias definições de Economia Social e Solidária (ESS). No entanto, destacamos a definição da RIPESS (Rede Intercontinental para a Promoção da Economia Social e Solidária):
“A Economia Social e Solidária é um movimento que pretende promover a mudança em todo o sistema social e económico, defendendo um paradigma de desenvolvimento diferente assente nos princípios da Economia Solidária. A Economia Social e Solidária é assumida como uma dinâmica de reciprocidade e solidariedade que concilia os interesses individuais com os coletivos”.
De forma mais simples, a Economia Social e Solidária pretende promover e criar condições de vida dignas para todos e todas a uma escala glocal. Significa que a economia reconhece as necessidades de todas as pessoas ao invés de criar mais necessidades – e permite criar as condições necessárias para estabelecer políticas nacionais e internacionais que tornem a ESS uma realidade.
Parceiros:
O projeto Economia Social e Solidária (Susy – SUstainable and Solidarity EconomY) é implementado pelas seguintes organizações: COSPE and Fairwatch (Itália), Südwind Agentur (Áustria), Inkota (Alemanha), Deša Dubrovnik (Croácia), Kopin (Malta), Cerai (Espanha), Polish Fair Trade Coalition (Polónia), Ekumenicka Akademie Praha Europe (República Chega), Fair Trade Hellas (Grécia), ngo Mondo (Estónia), Balkan Institute for Labour e Social Policy (Bulgária), Cardet (Chipre), Pro Ethical Trade Finland (Finlândia), Resources Humaines sans Frontières (França), The Co-operative College e Think Global (Reino Unido), Cromo Foundation e Foundation for Development of Democratic Rights DemNet (Hungria), Instituto Marquês de Valle Flôr (Portugal), Terra Mileniul III Foundation (Roménia), Slovak Centre for Communication e Development (Eslováquia), Peace Institute – Institute for Contemporary Social e Political Studies (Eslovénia), Action pour le Développement Asbl – Sos Faim (Bélgica), Green Liberty (Letónia) e Waterford One World Centre (Irlanda).
Mais informações sobre o projeto aqui