4 Jovens Embaixadores da Justiça Global impulsionadores do projeto europeu “Desafiar a Crise” – Promover a Justiça Global e o envolvimento dos cidadãos em tempos de incerteza”, implementado em Portugal pelo IMVF, participaram no I Fórum Europeu para a Economia Social e Solidária, que decorreu a 28 de janeiro de 2016, em Bruxelas. O Fórum contou com a presença de vários especialistas e teve como foco o debate de um modelo económico de alternativa ao atual modelo capitalista.

Um dos principais assuntos abordados durante o I Fórum Europeu de Economia Social e Solidária, organizado pela Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde, um dos grupos políticos do Parlamento Europeu, foi a necessidade de se promover a literacia financeira por toda a Europa. Mas também houve espaço para o debate sobre a ligação da Economia Social e Economia Solidária (ESS) à inovação tecnológica, à inclusão social, à educação e à formação. Ao longo do dia, os jovens participaram em várias conferências, muitas delas com eurodeputados como oradores. Este Fórum tinha como principais objetivos debater as diferenças e semelhanças entre os modelos em que a ESS atua, bem como definir o papel da ESS face ao capitalismo; encontrar uma forma de fazer com que as instituições locais, nacionais e europeias trabalhem ativamente a favor da ESS; e procurar um caminho para quebrar a barreira entre os cidadãos e a ESS.

O grupo de 4 Jovens Embaixadores portugueses que participou neste Fórum teve oportunidade de apresentar a campanha “Muda a Economia, Pensa Social” e de recolher assinaturas para a petição que apela a que os decisores políticos coloquem a ESS no centro das agendas política e económica e a que a União Europeia considere o ano de 2018 como o Ano Europeu para a Economia Social e Economia Solidária. A petição termina no dia 8 de março de 2016 e pode ser assinada aqui.

Hélder Rodrigues, 22 anos, estudante de mestrado de Engenharia Mecânica e é um dos 15 jovens que participam neste projeto de Educação para a Cidadania Global implementado em Portugal desde 2013. Não esteve presente neste Fórum, mas é um assíduo participante em diferentes reuniões e conferências nacionais e internacionais sobre o tema. Hélder Rodrigues assinala que um dos objetivos do projeto “era que tivéssemos noção de que a crise atinge toda a sociedade e que não fica só entre quatro paredes”, o que considera que “foi atingido”. No âmbito deste projeto, realça que conheceu “muitas pessoas diferentes” e que “houve sempre espaço para sermos ouvidos e darmos as nossas opiniões”. O jovem salienta que o intuito da ESS é “ligar, requalificar e reabilitar as pessoas, através de Organizações Não-Governamentais sem fins lucrativos que tentam distribuir os lucros de uma forma equitativa”. Hélder Rodrigues assinala ainda que um dos debates frequentes entre o grupo de jovens é se a ESS se trata de um modelo de alternativa ou de ruptura relativamente ao vigente atualmente.

A ESS apresenta-se como uma forma alternativa de compreender a economia, colocando as pessoas e o ambiente em primeiro lugar. Desta forma, a ESS procura ser um veículo para responder às crises económicas, mas também pretende promover um sentimento de partilha e responsabilidade, lutando por uma economia de todos e para todos, contrariando a tendência atual em que 1% da população mundial reúne mais riqueza do que o restante 99% da população. Há várias atividades da ESS que estão facilmente acessíveis no nosso quotidiano, nomeadamente lojas de comércio justo, bancos éticos, associações mutualistas, cooperativas e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Um dos objetivos da ESS é o bem da comunidade, trazendo alguma mais-valia para a sociedade, sem ter como propósito a obtenção de capital. A ESS luta por sistemas de gestão participativos e transparentes, tornando possível o acesso a recursos por parte de todos e promovendo o respeito pelos direitos individuais, sociais e económicos. Este modelo económico procura influenciar a adoção de critérios de responsabilidade social e ambiental na produção, distribuição e consumo e luta pela igualdade social e de género na distribuição de riquezas a nível local e global. Os valores fundamentais que a ESS defende são os Direitos Humanos, a Democracia, a Solidariedade, a Inclusão, a Diversidade, o Desenvolvimento Sustentável, a Igualdade, a Equidade e a Justiça para todos.

O projeto Desafiar a Crise – Promover a Justiça Global e o Envolvimento dos Cidadãos em Tempos de Incerteza tem a duração de 3 anos e é implementado em Portugal pelo IMVF. A Comissão Europeia é a principal financiadora do projeto, contando também com o apoio em Portugal do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. Há ainda outros parceiros europeus envolvidos no projeto: a IDEA – Irish Development Education Association (Irlanda), a Fair Trade Hellas (Grécia), a CIPSI – ‘Coordinamento di Iniziative Popolari di Solidarietà Internazionale’ (Itália), a FCRE – Fondazione Culturale Responsabilità Ética (Itália), a EsF – Economistas Sin Fronteras (Espanha) e a SLOGA (Eslovénia). O principal objetivo do projeto é sensibilizar e obter apoio relativamente às políticas internacionais de desenvolvimento sustentável. Especificamente, pretende-se influenciar políticas a nível nacional e europeu; mudar a abordagem do envolvimento do público das Organizações Não-Governamentais para o Desenvolvimento e Organizações da Sociedade Civil.

Saiba mais sobre este projeto aqui.

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