No âmbito do Projeto ERGUES – Ensino e Reforma da Governação Educativa de São Tomé e Príncipe, a docente Marília Favinha, da Universidade de Évora, Instituição de Ensino Superior parceira do projeto, dinamizou uma Formação de Formadores em Gestão Escolar, que decorreu entre os dias 15 e 21 de maio, na Biblioteca Nacional, em São Tomé.
Dirigida a diretores e técnicos do Ministério da Educação, Cultura, Ciências e Ensino Superior com habilitação profissional para a docência e alguma experiência no domínio da gestão escolar, esta formação, com uma duração total de 30 horas e na qual participaram 19 formandos, inseriu-se no Eixo 4 do Projeto ERGUES, “Reforço da capacidade institucional do Ministério da Educação, Cultura, Ciências e Ensino Superior”. O objetivo principal foi a criação de uma bolsa de formadores preparada para dinamizar uma formação em gestão escolar e, assim, transmitir conhecimentos e capacitar diretores de escolas. O plano formativo abrangeu temas como: pressupostos para a elaboração de um plano de formação; a escola como organização: constituição e funcionamento dos órgãos de gestão e administração da escola; teorias da liderança; documentos orientadores e instrumentos de autonomia das escolas; e supervisão e feedback nas estruturas de topo e intermédias.
A formação culminou com a apresentação de trabalhos desenvolvidos em grupo.
Maria da Luz de Andrade, Supervisora Pedagógica do Ensino Pré-Escolar, considerou esta formação muito “positiva”. “Os conteúdos vieram mesmo a calhar e a professora foi muito boa na explanação”. Maria da Luz acrescentou que se sente mais capaz de transmitir aos colegas supervisores, diretores, professores e à comunidade educativa em geral aquilo que aprendeu.
O Diretor do Ensino Secundário Técnico-Profissional, Nélson Fernandes, referiu “a pertinência do tema” da formação. E acrescentou. “Sabemos que ao nível da gestão escolar, os diretores estão ao sabor daquilo que é a questão política”, reforçando que “há sempre a necessidade de capacitar os gestores, então tem de haver formadores para esse trabalho, para o país não estar, portanto, sempre dependente do exterior”.
A docente da Universidade de Évora, Marília Favinha, considerou que esta formação se tratou de uma “ação de sensibilização” devido às limitações de tempo. E salientou. “Aquilo que tentei fazer foi criar um grupo de pessoas capazes de montar uma formação, dar-lhes suporte a esse nível, e dar-lhes alguns conteúdos que fossem de base e fundamentais para a área da administração e gestão escolar”. No final, fez um balanço positivo da formação e referiu que “o grupo foi muito ativo, muito colaborante e muito participativo, com muito interesse”.
O Projeto ERGUES, com a duração de 36 meses (de 1 janeiro de 2024 a 31 de dezembro de 2026), tem como objetivo geral contribuir para a melhoria da qualidade, da equidade e da inclusão no sistema educativo de São Tomé e Príncipe, atuando em 4 eixos de intervenção: ensino técnico-profissional de dupla certificação, materiais didáticos digitais para o ensino básico e secundário, formação de professores e investigação em educação e reforço da capacidade institucional do Ministério da Educação.
O Projeto ERGUES é financiado pela Cooperação Portuguesa, através do Camões, I.P., e coordenado e cofinanciado pela Associação Marquês de Valle Flôr (AMVF) e o Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF). Tem como parceiros de implementação e cofinanciadores a Universidade de Aveiro, a Universidade de Évora, o Instituto Politécnico de Santarém e a Universidade Católica Portuguesa, e como parceiros de implementação e beneficiários o Ministério da Educação, Cultura, Ciência e Ensino Superior de São Tomé e Príncipe e a Universidade de São Tomé e Príncipe.