O Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) participou, no passado dia 24 de setembro, na conferência “Construindo Paz: Prevenção e Resiliência Comunitárias”, organizada pelo Centro Português de Fundações (CPF) em parceria com o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP-ULisboa) e a Cátedra da UNESCO. Este encontro procurou refletir sobre o papel das fundações e instituições na promoção da paz, na prevenção de conflitos e no reforço da resiliência comunitária.
O IMVF esteve presente na mesa-redonda “Promoção da Paz” com a participação de Carolina Quina, Administradora Executiva, que partilhou a experiência do IMVF. Na sessão foi destacado o Observatório da Paz (projeto de Prevenção do Radicalismo e Extremismo Violento), na Guiné-Bissau e o apoio ao processo de paz na Colômbia através de projetos que contribuem para o desenvolvimento socioeconómico e ambiental e para o fortalecimento da participação comunitária. A partilha de histórias de vida evidenciou que a resolução de conflitos e a aposta na reconciliação estão intrinsecamente ligadas ao diálogo em comunidade e ao fortalecimento das capacidades sócio empresariais, centradas num desenvolvimento económico sustentável que beneficie as comunidades locais.
Segundo Carolina Quina, “No caso da Colômbia, a criação de condições de diálogo e a aposta em infraestruturas produtivas foram essenciais para o progresso e para a criação da reconciliação e coesão social.”
“Fortaleceram-se alianças entre associações, autoridades locais, e o setor privado, de forma a estabelecer acordos com os produtores. Nas unidades de transformação, foram implementados modelos de negócio sustentáveis e participativos, que incluíssem a adoção de medidas de resiliência climática e a integração de energias renováveis.”, reforça a Administradora Executiva.
O painel reuniu também contributos da Oikos, que divulgou o impacto de décadas de ditadura e guerra civil no El Salvador e os passos necessário para promover uma verdadeira participação comunitária e democrática neste contexto, e da Fundação HELP – UAPT / Associação Ukrainian Refugees, que partilhou a urgência associada às intervenções de resposta humanitária e ao apoio às comunidades deslocadas pela guerra. Por fim, a professora Helena Marujo da Universidade de Lisboa sublinhou que, apesar da diversidade destas realidades, a construção da paz passa sempre pelo contacto humano, pela empatia e pela compreensão entre pessoas, apelando à promoção de valores de fraternidade como forma de reduzir extremismos.
A conferência terminou com a visita guiada da artista Maria Maya à exposição “Pela Paz”, patente no Átrio da Sala Lisboa do ISCSP até 24 de outubro.