Uma das principais conclusões do mais recente eurobarómetro sobre Ajuda e Cooperação para o Desenvolvimento revela que em Portugal 93% dos inquiridos considera importante ajudar as pessoas nos países em desenvolvimento, sendo este um dos valores mais altos em toda a União Europeia. Todavia, apenas 16% admite que assume um compromisso e se envolve pessoalmente.
O inquérito foi realizado no final de 2015, Ano Europeu do Desenvolvimento, e teve como fonte de análise mais de 27 mil entrevistas diretas e presenciais a nível europeu e mais de mil em Portugal.Do grupo de portugueses entrevistados, 78% afirma que uma das prioridades da União Europeia deveria consistir em lutar contra a pobreza nos países em desenvolvimento, no entanto, menos de metade dos inquiridos diz que esta deve ser uma das principais prioridades do governo português (47%). 63% dos inquiridos considera que os indivíduos podem desempenhar um papel relevante na luta contra a pobreza nos países em desenvolvimento. Contudo, apenas 18% estaria disposto a pagar mais por alimentos ou produtos desses países, no segundo resultado mais baixo registado em todos os estados-membros, a seguir ao da Bulgária (15%).
De todos os países inquiridos, Portugal e Lituânia são os que demonstram ter mais conhecimento sobre o Ano Europeu para o Desenvolvimento (30%), sendo que esta consciência aumentou significativamente desde 2014. 33% afirmou que também já ouviu falar dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), um valor um pouco abaixo da média da União Europeia (36%).
Em Portugal, os inquiridos consideram que os desafios mais urgentes que os países em desenvolvimento enfrentam são a saúde (46%), o crescimento económico, o emprego e a desigualdade social (44%), a paz e a segurança (43%) e as migrações (7%). Sobre este domínio, 66% dos portugueses considera que a ajuda ao Desenvolvimento deve aumentar, sendo que 85% julga que essa ajuda pode ser uma forma eficaz de combater as migrações irregulares.
Este inquérito revela ainda que Portugal não segue a tendência europeia no que diz respeito aos inquiridos mais jovens (15-24 anos), que têm uma atitude mais positiva em relação às questões do Desenvolvimento, comparando com grupos etários mais velhos. Em Portugal, há poucas diferenças entre os grupos etários, pelo que, ao contrário da União Europeia como um todo, é de destacar que 20% dos inquiridos portugueses mais jovens estejam pessoalmente envolvidos na ajuda aos países em desenvolvimento e que 72% considere que a ajuda deve ser aumentada.
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