20-23 maio 2016 (1ª fase) :: 19-24 junho 2016 (2ª fase)

20 de maio
O IMVF acolheu em Lisboa Elisabeth Grimberg e Edlisa Peixoto, oradoras convidadas para um intercâmbio de experiências entre a Europa (Portugal, Bulgária, Eslovénia e Croácia) e o Brasil. As cooperativas de catadores de materiais recicláveis de São Paulo (pela voz de Elisabeth) e as iniciativas de Economia Social e Solidária (ESS) no Ceará (descritas por Edlisa) foram um dos principais temas de conversa durante o primeiro dia da tour, mas houve também tempo para comparar vivências da economia social e mesmo da situação política no Brasil e em Portugal.

No âmbito do Projeto SSEDAS – Economia Social e Solidária, o IMVF quer promover a colaboração entre redes de cooperação para o desenvolvimento e redes de Economia Social e de Economia Solidária, sobretudo no que diz respeito ao papel que uma outra economia pode ter na luta global contra a pobreza e pela sustentabilidade. Edlisa e Elisabeth são as primeiras oradoras convidadas a partilhar experiências vividas no Sul global. Edlisa Peixoto, realizadora do documentário “Palmas”, e Elizabeth Grimberg, cofundadora do Instituto Pólis, estarão em Portugal em dois períodos: de 20 a 23 de maio e depois em junho, de 19 a 24 de junho.

Este diário pretende acompanhar estes dois períodos de visita e da troca de ideias e impressões entre as oradoras e as associações e cooperativas com as quais contactarão. Neste primeiro dia, Elisabeth e Edlisa visitaram, de manhã, a sede do IMVF, onde se concretizaram os últimos pontos da logística da tour europeia. Assinados os contratos, as oradoras tiveram a oportunidade de conhecer Ahmed Zaky, diretor de projetos do Instituto Marques de Valle Flôr. A seguir, conversaram com alguns membros (como Ana Isabel Castanheira, Ana Teresa Santos e Mónica Santos Silva, da Unidade de Cidadania Global) da equipa do IMVF sobre a exclusão social, a situação política e o setor da Economia Social em Portugal e no Brasil, sentindo-se que o recente golpe contra o governo de Dilma Roussef e a mudança que se antecipa preocupam ambas as oradoras.

Edlisa e Elisabeth estiveram presentes, à tarde, na Feira Portugal Economia Social (www.portugaleconomiasocial.fil.pt), que se realiza na Feira Internacional de Lisboa (FIL) com o objetivo de “apresentar e promover projetos económicos e sociais e fomentar a criação de joint ventures para o desenvolvimento cooperativo”. Junto ao balcão do IMVF ficaram a conhecer alguns dos projetos em que este está envolvido, como a campanha europeia Make Fruit Fair!/ Fruta Tropical Justa e projetos de cooperação desenvolvidos nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

A tarde deste primeiro dia foi também dedicada às primeiras entrevistas com dois membros da equipa de comunicação do projeto (ÂMAGO – Multimédia para organizações dos setores sociais e desenvolvimento – Gustavo Lopes Pereira e Filipa Lacerda), que falaram com as oradoras sobre as suas expetativas para a tour e sobre Economia Solidária, como “um novo olhar acerca de criar riqueza e gerar renda, por exemplo, a partir de materiais recicláveis, integrando pessoas em situação de exclusão social” e como “o controlo do circuito de produção” pelos trabalhadores e produtores (por exemplo, na área da agricultura familiar), como referiu Elisabeth.

A tarde foi concluída com uma visita a outros atores presentes na FIL, durante a qual as oradoras ficaram a conhecer a Cruz Vermelha Portuguesa, a Cooperativa Regional de Economia Solidária Cresaçor, a Animar – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, e ainda algumas das associações de bairro da freguesia lisboeta de Santa Maria Maior.

21 de maio
A sede do CIDAC – Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral – (e a sua loja de Comércio Justo) foi a primeira paragem para a tour em Lisboa, onde as convidadas observaram a entrega semanal de hortaliças e frutas comercializadas por um circuito de proximidade de comércio justo, diretamente dos produtores para os consumidores. As produtoras (integrados no PROVE – Promover e Vender) Justina e Judite, bem como um dos membros da equipa do CIDAC, Dénia Claudino, explicaram como funciona este esquema e conversaram com as convidadas sobre a história e o trabalho da associação.

Mais tarde, Edlisa e Elisabeth apresentaram os seus estudos de caso para uma audiência no espaço de conferências da Feira, depois de uma introdução pelo Professor Rogério Roque Amaro. Elisabeth descreveu as iniciativas e políticas públicas relacionadas com os catadores de materiais recicláveis brasileiros como um processo de “auto inclusão”, enquanto Edlisa discursou sobre o primeiro banco comunitário do Brasil (Instituto Banco Palmas) e a comunidade que o criou. Roque Amaro introduziu os conceitos de economia social e economia solidária, notando que devem ser feitas distinções entre as associações e cooperativas, de um lado, e as empresas de “empreendedorismo social”, por outro. “Estamos aqui hoje para pensar na SSE como um caminho”, acrescentou.  Mais tarde, no segundo pavilhão ocupado pela feira, Edlisa e Elisabeth estabeleceram contactos com iniciativas como a Malha de Bronze, Associação LequeAssociação EcoGerminar e Comunidade Vida e Paz.

22 de maio
Na sua visita seguinte, as convidadas, familiarizaram-se com a cooperativa rural Cooperativa Terra Chã, onde apreciaram uma refeição no restaurante e sede da cooperativa, com produtos locais. Júlio Ricardo, António Frazão e Pedro Mendonça receberam Elisabeth e Edlisa e mostraram-lhes a aldeia de Chãos, oferecendo uma visita guiada através do trabalho de cariz social e ambiental da Terra Chã nos últimos 30 anos.
As convidadas ficaram encantados com esta experiência de democracia direta e envolveram-se numa produtiva troca de conhecimentos com os membros da cooperativa, oferecendo-se para manter contacto e ajudar na partilha de contactos e experiências.

Desde a apicultura ao tema da liderança, focando também os conhecimentos tradicionais e práticas em Chãos, a ampla variedade de assuntos discutidos pelas convidadas e os representantes da Terra Chã levaram a uma troca de pontos de vista muito relaxada, mas mutuamente benéfica. Um exemplo foi a lembrança, por António, de como a cooperativa foi criada, pela reunião de pessoas (principalmente jovens) depois do ensaio do grupo de música folclórica local. “Isso é o que eles fizeram, no início, no Conjunto Palmeiras, agendando as assembleias para depois de reuniões de oração (novenas)”, respondeu Edlisa.

À tarde, Elisabeth e Edlisa visitaram o rebanho de cabras e oficina de tecelagem da cooperativa. O trabalho em rede (tal como acontece com o Projeto ASAS, nas quais participa Chãos) também foi debatido.

23 de maio
Edlisa e Elisabeth reuniram-se com Sandra Monteiro, da COOPERATIVA OUTRO MODO, de manhã, à Praça Intendente. Esta cooperativa cultural é responsável pela edição portuguesa do jornal Le Monde Diplomatique, enquanto Elisabeth pertence à equipa brasileira do LMD. Portanto, a conversa passou rapidamente da missão cultural e iniciativas da cooperativa para um debate sobre o papel dos meios de comunicação na mudança social e sobre os media alternativos. Elisabeth inquiriu sobre a linha editorial do LMD edição portuguesa e Edlisa e Sandra discutiram a brasileira “mídia ninja”.

Tendo já travado conhecimento com várias alternativas na área de ESS em Portugal, as convidadas mostraram curiosidade acerca das suas perspetivas sobre ESS. Edlisa defendeu que o Banco “Palmas é um exemplo de um processo crítico, questionando a economia capitalista”, enquanto Sandra expressou sua preocupação em relação às recente alterações legislativas diluem a distinção entre a cooperativa e o setor privado.

O encontro com a Outro Modo teve que ser encurtada para chegar à sede da associação Renovar a Mouraria para uma conversa com Filipa Bolotinha, membro da associação. Esta apresentou os projetos da associação, na integração de migrantes, de apoio social dedicado às pessoas do bairro lisboeta e de renovação urbana. Filipa destacou o apoio que a Renovar a Mouraria beneficiou da autarquia, de projetos europeus e de parcerias.

À tarde, Edlisa e Elisabeth participaram numa reunião informal com estudantes de mestrado e doutoramento organizado pelo IMVF e pelo Professor Iva Miranda Pires, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH/NOVA – Universidade Nova de Lisboa). Os alunos, principalmente envolvidos no mestrado de “ecologia humana”, estavam bem informados sobre o tema da SSE e curiosos acerca de experiências específicas na área. Como Elisabeth comentou, “há uma quantidade enorme de iniciativas que já são os embriões da mudança”. Uma dos alunas tinha estudado a eliminação de resíduos no Brasil, o que levou a um debate interessante sobre reciclagem em vários países. “O papel da academia nesses assuntos é incrível, mas seria muito interessante se as universidades pudessem estar mais perto das pessoas que estão criando o conhecimento em iniciativas de SSE”, acrescentou Edlisa.

Esta reunião marcou o fim do primeiro período da Tour Europeia, no que foi um começo auspicioso para um maior intercâmbio de experiências e opiniões.

20 de junho
A segunda parte da tour “Economia Social e Solidária” em Portugal decorreu entre 20 e 25 de Junho. Entretanto, as oradoras passaram pela Bulgária, Croácia e Eslovénia, onde foram acolhidas pelos parceiros nacionais do projeto SSEDAS. No seu regresso a Lisboa, Elisabeth e Edlisa comentaram as experiências que tiveram nestes países com a equipa do IMVF, com quem se encontraram na sede do Instituto.

21 de junho
“Resistir e avançar” foi o lema do dia passado em Évora, um slogan que combinou bem com o espaço repleto de fotografias e memórias de Zeca Afonso, no Cineteatro Grandolense. O debate “Alternativas em práticas – Exemplos da Economia Social e Solidária” foi apresentado por Joana Correia, coordenadora do Centro da Universidade Aberta em Grândola. O visionamento do documentário “Palmas” foi seguido pela intervenção de Edlisa Peixoto, que respondeu a uma pergunta que ouviu frequentemente durante a tour SSEDAS: “Como está essa comunidade atualmente?”. Segundo a oradora, o Conjunto Palmeiras “segue firme e forte”, com dois novos desafios, a captação de jovens para criar novas lideranças e o estabelecimento de uma linha de financiamento internacional que permita fortalecer o Banco Palmas e uma rede de Economia Solidária no Brasil.
Edlisa mencionou também a “confusão” entre os conceitos de Economia Social e de Economia Solidária. “A Economia Social ajuda as pessoas”, enquanto “a Economia Solidária trabalha no empoderamento das pessoas”, numa experiência de auto-reconhecimento em que o coletivo “é essencial”, esclareceu. A oradora sublinhou que “nesse momento, existem várias iniciativas acontecendo em cidades portuguesas que vocês precisam conhecer”, ao que Joana Correia apontou que “falta trabalhar em rede”.

Elisabeth apresentou o caso dos catadores de resíduos recicláveis em São Paulo, dando lugar a um debate sobre a reciclagem e o domínio de sociedades e empresas como a Ponto Verde e a ValorSul nesta área, em Portugal. “Como cidadã, não sei qual é a vantagem para a sociedade” de ser uma empresa a responsável por estas tarefas, mencionou um elemento do público. Uma das participantes referiu também que “em alguns municípios temos compostagem, mas não há escoamento do composto”, ao que Elisabeth responderia mais tarde: este composto pode ser utilizado em espaços verdes citadinos e nas florestas, alimentando-os e promovendo a captação de dióxido de carbono. Enquanto cidadãos, devemos lutar contra a incineração, frisou a oradora, que “causa problemas de saúde, é nociva para o meio ambiente e, além disso, queima matéria-prima”. Uma participante, quase no encerramento do debate, concluiu que “associadas ao lixo, numa visão integrada, têm de estar a água, a saúde, a educação…”.

Em Grândola, as oradoras tiveram ainda a oportunidade de conversar acerca desta visão integrada com Carina Baptista, vereadora da Câmara Municipal, e com Alcides Bizarro, da Equipa Municipal de Coordenação Estratégica, Desenvolvimento, Relacionamento Institucional, Qualidade e Inovação.

22 de junho
Em Palmela, as oradoras foram recebidas pela coordenadora da equipa técnica da ADREPES, Natália Henriques, que descreveu em pormenor os projetos que esta associação e “intermediária de processos” gere em conjunto com os parceiros locais e as suas associadas, “com uma taxa de execução superior a 100%”. O Prove é um exemplo de uma candidatura da ADREPES ao financiamento europeu de um projeto que teve o seu início em Palmela e Sesimbra e que se disseminou por todo o país. No entanto, “nos projetos, entre os beneficiários são mais empresas do que cooperativas, há um problema de associativismo” na região que não permite “atingir a massa crítica”, lamentou Natália Henriques. A associação lançou, recentemente, um projeto que apoia os pescadores da zona, o Cabaz do Peixe, em conjunto com cooperativas como a Artesanal Pesca e a CESIBAL.

A sede da associação, local escolhido para esta conversa, localiza-se no Espaço Fortuna – Artes e Ofícios, onde também são dinamizadas oficinas de cerâmica e azulejos.

Na Biblioteca de Palmela, Edlisa comentou que a Economia Solidária envolve “um conjunto de atividades económicas, organizadas em autogestão e centradas no ser humano e não no lucro”. Corroborando, Elisabeth lembrou o ex-secretário de Estado para a Economia Solidária Paul Singer, que “falava da democracia como forma de organização dos excluídos pelo capitalismo”. Natália Henriques acrescentou, rindo, que “em Portugal nunca deixariam uma cooperativa instalar-se debaixo de um viaduto”, como fizeram os catadores da Coopamare, em São Paulo.

O debate que se gerou depois das apresentações de Natália Henriques e das duas oradoras teve início com uma pergunta vinda do público: “Como se passa à ação” na Economia Solidária? Edlisa respondeu que “falta esse mapeamento [de iniciativas que já agem], por exemplo, na área da Soberania Alimentar” e que também ela sente “a necessidade de uma agenda comum”. Um membro da Rede Convergir que estava presente no debate comentou, contudo, que apresentam um mapeamento no seu site.

Elisabeth afirmou que “a Economia Solidária não são só iniciativas produtivas, são também mudanças políticas”, o que levou um participante a elogiar as oradoras, que “não têm medo de palavras como capitalismo ou autogestão”. Natália Correia respondeu também à questão do início do debate, declarando que a ADRESPES passa à ação construindo “um processo com os produtores, a partir de um diagnóstico e procurando soluções”.

23 de junho
No dia 23 de Junho, a equipa do IMVF e Elisabeth Grimberg visitaram as instalações da empresa de recolha e separação de resíduos Valor Sul, onde Judite Leal, técnica de Comunicação e Imagem, guiou a Tour SSEDAS pela gestão de resíduos da área da Grande Lisboa e Região Oeste. Neste Ecocentro separam-se em sete tipos diferentes os plásticos e embalagens de 19 municípios, que produzem cerca de 900 mil toneladas de resíduos por ano.

“Porque não há recolha de resíduos orgânicos porta a porta?”, perguntou Elisabeth, que se mostrava curiosa em relação a um sistema bastante diferente do dos catadores. Judite Leal respondeu que o biodigestor da Valor Sul é alimentado por “grandes produtores”, tais como restaurantes e cantinas, mas “apenas quatro municípios (Lisboa, loures, Odivelas e Vila Franca de Xira) recolhem os resíduos orgânicos” e, mesmo assim, “a capacidade da estação de tratamento e valorização está esgotada”. Outros temas debatidos foram os acionistas da ValorSul (o grupo Mota Engil comprou esta empresa em 2015, em consórcio com a espanhola Urbacer e a portuguesa SUMA) e a incineração e “valorização energética” em São João da Talha, que Judite Leal descreveu como resultado de “uma decisão estratégica e política perante o cenário da altura”.

A visita às instalações do Ecocentro foi seguida por uma tarde na associação Renovar a Mouraria, o local escolhido por Filipa Lacerda e Gustavo Lopes Pereira, da Âmago, para realizar novas entrevistas vídeo com as oradoras.

24 de junho
Marta Alter, diretora técnica da ONGD MONTE (organização para o Desenvolvimento Integrado Sustentável), e Jorge Coelho, diretor executivo de Aliende – Associação para o Desenvolvimento Local, associada da MONTE, e ainda Inácia Rebocho, igualmente da MONTE, orientaram o debate em Évora sobre Economia Social e Solidária. Elisabeth Grimberg partiu das origens da Economia Solidária no Brasil, nos anos 1990s, para traçar paralelos com linhas políticas recentes do Ministério do Ambiente, como “o programa de compostagem que inclui uma bolsa para comunidades de baixa renda”. Segundo Elisabeth, “a garantia de um trabalho digno tem como condição a garantia de condições ambientais”.

Edlisa Peixoto, por sua vez, apresentou o Instituto Banco Palmas dando especial destaque à sua vertente de “hibridização de economias” e ao “próximo passo: criar um Fundo Global” para a promoção da Economia Solidária. Para Inácia Rebocho, “estes testemunhos mostram a diversidade em que trabalhamos”.

Um dos desafios colocados por várias pessoas presentes foi o de pensar estratégias para “criar autoestima” nas pessoas junto de quem as associações do concelho realizam “intervenção social”, como os e as jovens com deficiências ou os/as desempregados/as, incluindo aqueles/as que um elemento do público classificou como “catedráticos do desemprego, que não saem [do Rendimento Social de Inserção] porque não querem sair”.

Ana Castanheira, do IMVF, salientou que uma das atividades previstas no âmbito do projeto SSEDAS é a organização de “workshops e formações descentralizadas para que associações e organizações apresentem estes desafios e encontrem, coletivamente, soluções”, mencionando o Encontro Cooperativo “Ritmos de Mudança” 2016, em Abrantes, de 1 a 3 de julho, onde se realiza a primeira destas ações.

O debate em Évora e a Tour Economia Social e Solidária terminaram com esta partilha de experiências e duas entrevistas (brevemente, no site Solidarity Economy), em que as oradoras tiveram a oportunidade de fazer um breve resumo das suas experiências em Portugal, Bulgária, Croácia e Eslovénia e das suas ideias-chave sobre a Economia Solidária.

Saiba mais sobre o projeto: https://pt.solidarityeconomy.eu/
Acompanhe o projeto no facebook: Economia Social e Solidária – Portugal
Fotos e vídeos no facebook: ÂMAGO – Multimédia para organizações dos setores sociais e desenvolvimento 

Mais informações relevantes: Estudos e Vídeos promovidos no âmbito do projeto ESS em Portugal:
Boa Prática ADREPES & Vídeo
Boa Prática MONTE-ACE & Vídeo

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