Quando 28 organizações da América Latina, Caribe, Europa e Estados Unidos se reúnem em Bolonha de 21 a 24 de fevereiro de 2017, para coordenarem ações que impeçam as contínuas violações dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras nas plantações de bananas e ananases da América Latina, o resultado só pode ser um: ação!
Perante os testemunhos das representantes dos sindicatos COLSIBA – Coordenadora Latino-Americana dos Sindicatos Bananeiros e Agroindustriais e SINTAINAGRO – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Indústria Agropecuária, e as evidência em forma de vídeos e histórias de vida dos trabalhadores e trabalhadoras documentadas pela International Labor Rights Forum, os parceiros da campanha Fruta Tropical Justa / Make Fruit Fair sabem que é necessário intensificarem a sua ação na promoção dos Direitos Humanos neste setor.
O relatório de meio-termo que avalia os resultados da campanha demonstra que o projeto obteve em 18 meses excelentes resultados, e que já se registaram melhorias em algumas plantações. Como resultado da petição “Lidl, preparados para o jogo justo?” conseguimos pressionar o maior retalhista europeu a juntar-se ao diálogo no Fórum Mundial da Banana. Com o processo de diálogo iniciado é agora necessário agir. Existe, contudo, um longo caminho a percorrer. O setor da banana vale milhões e os grandes retalhistas não querem perder lucros. É, por isso, necessário que os parceiros permanecem unidos e com um plano de ação robusto para garantir um impacto na vida dos trabalhadores das plantações ainda mais sólido.
Em cima da mesa estão novamente as ações dirigidas aos grandes retalhistas europeus, cujo papel na cadeia de abastecimento influencia as condições de vida indignas dos trabalhadores e trabalhadoras das plantações.
Também as certificações, e os baixos standards sociais que algumas delas exigem, estão a ser analisadas no âmbito desta campanha. O relatório Fruta Doce, Verdade Amarga apresenta evidências claras de que uma das certificações mais conhecidas e respeitadas no mercado, poderia fazer mais e melhor no setor social e desse modo contribuir efetivamente para o pleno respeito dos direitos humanos.
Enquanto promotores de projeto temos a responsabilidade de dar a conhecer os dados verídicos recolhidos nas plantações visitadas. Temos a responsabilidade de estabelecer diálogo com os principais retalhistas europeus para demonstrar a necessidade de se adaptarem a um sistema justo ao longo da cadeia de abastecimento e temos a responsabilidade de sensibilizar os consumidores para o impacto das suas escolhas na vida de milhões de pessoas.
Enquanto consumidores a nossa responsabilidade é comum: privilegiar o consumo sustentável e justo.
Saiba mais sobre este projeto aqui.