Graças ao apoio do projeto Saúde para Todos – Consolidação do Sistema Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe, o Serviço de Cardiologia do Hospital Dr. Ayres de Menezes (HAM), em São Tomé, foi reabilitado.
Este serviço encontrava-se inoperacional desde 2021 devido à degradação física da sua infraestrutura. Em resposta à solicitação da Direção do HAM e do Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe, o projeto Saúde para Todos executou obras de reabilitação no valor de 151.750,00 dobras (6.000,00 euros), assegurando as adequadas condições de trabalho aos profissionais de saúde e, consequentemente, melhorando a qualidade e disponibilidade de cuidados médicos na especialidade de cardiologia.
A cerimónia de inauguração decorreu no dia 12 de junho e contou com a presença o Diretor Geral do HAM, Dr. Virgílio Mandinga, do Embaixador de Portugal em São Tomé e Príncipe, Dr. Rui Carmo, do Representante do IMVF/AMVF em São Tomé e Príncipe, Dr. António Lima, do médico cardiologista Dr. Nuno Quintal, do Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra, que, em 2012, através da ONG Cadeia da Esperança, apoiou a criação deste Serviço e atualmente representa a Associação para o Desenvolvimento e Investigação em Cardiologia de Coimbra (ADIC), do Bastonário da Ordem dos Médicos de São Tomé e Príncipe, Dr. Celso Matos,e da responsável pelo Serviço, Dra. Miryan Cassandra, a única médica cardiologista são-tomense, que obteve formação especializada em Coimbra, com o apoio do Projeto Saúde para Todos.
O Diretor Geral do HAM, Dr. Virgílio Mandinga salientou a “congregação de esforços em prol da saúde”, que permitiu a reabilitação do edifício do Serviço de Cardiologia do HAM, que agora pode proporcionar “um maior conforto aos utentes e aos profissionais de saúde”.
O Embaixador de Portugal em São Tomé e Príncipe, Dr. Rui Carmo, referiu que “a Cooperação Portuguesa tem apostado de maneira contínua no setor da saúde em São Tomé” e acrescentou que “o projeto Saúde para Todos tem promovido missões de cardiologia pediátrica e cardiologia para adultos, para a realização de consultas, exames complementares, realização de ações de formação tanto no Hospital Dr. Ayres de Menezes, como nos centros de saúde distritais.” Por fim, deixa o agradecimento aos “tantos profissionais de saúde, portugueses e são-tomenses, que, ao longo dos anos, se têm dedicado de maneira empenhada ao objetivo de reforçar a qualidade do serviço nacional de saúde em São Tomé e Príncipe.”
O Representante do IMVF/AMVF, Dr. António Lima mostrou-se satisfeito por participar na cerimónia de reinauguração do Serviço de Cardiologia do HAM. E afirmou: “Estamos hoje perante um edifício reabilitado e acreditamos que estão criadas as condições para um atendimento com mais dignidade aos pacientes que acorrem a esta unidade à procura da recuperação do seu estado de saúde.” E acrescenta: “A unidade está, portanto, pronta para o atendimento ambulatório nas mais diferentes valências que a mesma pode disponibilizar, nomeadamente, consultas, exames médicos e sessões de Telemedicina.” Por fim, deixa o alerta para “a necessidade de ações visando a manutenção do edifício, a manutenção dos equipamentos e a formação dos recursos humanos, para que esta unidade possa garantir, de facto, aos pacientes o acesso aos cuidados de medicina.”
“O IMVF foi responsável pela reabilitação e por nos devolver o edifício”, salientou a Dra. Miryan Cassandra, médica cardiologista responsável pelo Serviço de Cardiologia do HAM. “A reabilitação da Unidade traz uma esperança, uma dinâmica de que as coisas vão continuar a acontecer, e possamos continuar a trabalhar e fazer melhor. Este edifício foi contruído em 2012, a partir daí começámos a ver vários doentes e a fazer vários exames, mas, infelizmente, há 2 anos tivemos de sair daqui por causa de problemas estruturais que punham em perigo tanto os profissionais, como os utentes que cá vêm, então por risco de isso acontecer, tivemos de sair daqui e, infelizmente, víamos o edifício a degradar-se cada dia mais e parecia que não havia solução à vista. Fomos para um lugar muito mais pequeno, onde a dinâmica de trabalho era diferente, não podíamos fazer várias consultas ao mesmo tempo e era muito mais difícil e acabou também por diminuir a quantidade de coisas que fazíamos. Já tinha perdido a esperança de que algo fosse acontecer, mas, este ano, em janeiro, o diretor geral do HAM disse-me “nós vamos resolver esta situação e vamos devolver o edifício da cardiologia”. Passado algum tempo estou a ver isto a acontecer, o edifício foi todo reabilitado, está com as condições para que possamos fazer o nosso trabalho e isso é muito bom.”
O projeto Saúde para Todos – Consolidação do Sistema Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe é implementado pela AMVF – Associação Marquês de Valle Flôr, pelo IMVF em estreita parceria com o Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe e financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e pela Direção-Geral da Saúde de Portugal.