O programa de ação da Missão de Endocrinologia a São Tomé no âmbito do projeto Saúde para Todos – Consolidação do Sistema Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe era ambicioso. Numa semana, entre 17 e 23 de junho, as médicas portuguesas Dra. Teresa Sabino e Dra. Diana Martins, do Hospital Curry Cabral – Centro Hospitalar Lisboa Central, percorreram a ilha de São Tomé com os objetivos de promover a educação terapêutica junto de doentes com diabetes mellitus e de realizar consultas médicas.
Realizaram 84 consultas de especialidade de endocrinologia geral, diabetes, patologia tiroideia e hipertensão arterial, nos centros de saúde dos distritos de Cantagalo, Lobata, Mé-Zóchi, Lembá, Caué, Água Grande e no Hospital Dr. Ayres de Menezes, na cidade de São Tomé, trabalhando em estreita articulação com os profissionais de saúde nas diferentes unidades de saúde locais, onde a equipa médica distribuiu e afixou cartazes informativos no âmbito da literacia para a saúde sobre temas como: “Sabe o que é uma hipoglicémia”, “Alimentação e diabetes”, “Atividade física e diabetes” e “Cuidados do pé diabético”
Realizaram várias sessões de educação terapêutica junto de doentes com diabetes e dos seus familiares sob a forma de sessões de grupo, que abrangeram temas como “Viver com a diabetes”, “Alimentação e exercício físico na diabetes”, “Pé diabético: que cuidados” e “Terapêutica na diabetes”.
“A educação terapêutica permite capacitar e motivar o indivíduo para escolhas adequadas, desenvolvendo comportamentos de autocuidado, com melhoria de resultados clínicos, qualidade de vida, prevenindo ou atrasando o desenvolvimento de complicações agudas e crónicas. A educação em grupo tem-se revelado vantajosa, na medida em que proporciona, em ambiente informal e num período mais alargado do que num tempo de consulta individual, a ampliação de conhecimentos e partilha de experiências, desdramatizando a rotina do tratamento e promovendo hábitos e comportamentos saudáveis.”, afirmou a Dra. Teresa Sabino, chefe da missão desta especialidade.
Foram também cedidos protocolos terapêuticos nas várias unidades de saúde, com o objetivo de uniformizar procedimentos nas áreas de intervenção da diabetes mellitus e da patologia tiroideia. Por fim, as médicas intervieram na Televisão São-Tomense (TVS), deixando recomendações com vista à consciencialização da diabetes, à importância de uma alimentação e atividade física adequadas, promovendo estilos de vida saudáveis, e prevenindo o aparecimento da diabetes e as suas complicações.
No final da missão, a Dra. Teresa Sabino afirmou: “A nossa missão teve como principal objetivo colaborar com os colegas são-tomenses na melhoria da qualidade de saúde”. E acrescentou. “Ao longo da semana fomos às várias unidades de saúde, fizemos uma intervenção a nível assistencial de consulta, mas também de literacia para a saúde, com sessões de educação terapêutica para as pessoas com diabetes, para os seus familiares e para toda a população que esteja presente, no sentido de falar desta problemática que deve ser compreendida e prevenida”.
“Um dos objetivos da nossa missão foi sobretudo promover alguma literacia ao nível da população, no sentido de compreenderem melhor no que é que consiste a diabetes e também quais é que são as principais complicações associadas.”, complementou a Dra. Diana Martins.
A próxima missão da especialidade de Endocrinologia está agendada para novembro de 2023. Pretende-se continuar o trabalho de formação e capacitação dos profissionais e técnicos de saúde são-tomenses na área das patologias endócrinas mais prevalentes, promover ações de formação nas escolas como estratégia preventiva e campanhas nos meios de comunicação social para a consciencialização da Diabetes, importância de uma alimentação e atividade física adequadas, nomeadamente no Dia Internacional da Diabetes (14 de novembro) e no Dia Mundial da Tiroide (25 de maio).
O projeto Saúde para Todos – Consolidação do Sistema Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe é implementado pela AMVF – Associação Marquês de Valle Flôr, pelo IMVF em estreita parceria com o Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe e financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e pela Direção-Geral da Saúde de Portugal.