O Centro de Tratamento Húmido de Café e o Sistema de Rega, Captação e Distribuição de Água, respetivamente construído e reabilitado com o apoio do Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE) de São Tomé e Príncipe no âmbito das subvenções às associações de produtores filiadas numa cooperativa agrícola de uma cultura de exportação, foram inaugurados na manhã do dia 28 de novembro, na comunidade de Água Sampaio.
O Centro de Tratamento Húmido de Café, projeto apresentado pela Associação Nova Riqueza dos Produtores de Café de Água Sampaio, vai permitir reforçar a capacidade de processamento da Cooperativa de Exportação de Café Biológico (CECAFEB) e reforçar a fileira do café, promovendo desta forma a geração de emprego no seio da comunidade e a melhoria da qualidade do café produzido. De salientar que, com mais esta estrutura, a Cooperativa passa a dispor de 5 centros de processamento, embora, neste caso, o modelo de gestão seja conjunto com a Associação Nova Riqueza.
Já o projeto do Sistema de Rega, Captação e Distribuição de Água inclui 2 depósitos reativados/melhorados, para a condução de água em 3.3 km de canais de distribuição reabilitados, beneficiando um total de 60 produtores de pimenta, café, cacau e horticultores da comunidade de Água Sampaio. Este projeto apresentado pela Associação Valentes dos Produtores de Pimenta de Água Sampaio, também contemplou a criação de um Comité de Rega na comunidade, de forma a assegurar a sustentabilidade desta ação, tão importante para a cultura da pimenta, bem como para a horticultura.
Estas foram as primeiras obras concluídas no âmbito destas subvenções a serem inauguradas, fruto de um esforço conjunto concertado a nível comunitário, que evidencia um enorme compromisso dos produtores com ambas as Cooperativas (CECAFEB e a CEPIBA – Cooperativa de Exportação de Pimenta e Baunilha).
A elaboração das propostas destes projetos teve por base um modelo participativo, que envolveu os membros das associações na identificação das suas necessidades e na procura de soluções para a resolução dos seus problemas específicos (Método Ianda Guiné Djuntu IMVF), reforçando, assim, o seu papel de apoio social junto da comunidade onde se inserem. Ambas as obras foram executadas pelos membros das associações – com o seguimento técnico e financeiro da equipa do PAFAE, – possível graças a associações organizadas, com lideranças fortes e membros capacitados. Consciente da importância desta organização e capacitação das associações, o projeto também tem dado apoio no âmbito da boa governança, com formações específicas em áreas como tesouraria, liderança e gestão. Estas ações têm contribuído significativamente para o fortalecimento e capacitação das associações, permitindo que, hoje, estejam preparadas para gerir projetos desta envergadura.
A atribuição destas subvenções contribuí diretamente para melhorar qualquer etapa das cadeias de valor dos produtos agrícolas de exportação, tendo como principal objetivo apoiar o aumento da produção e da produtividade das culturas de exportação. Cada associação recebeu um valor de 245.000,00 dobras (10.000,00 euros) para a execução das obras. De salientar que foram recebidas 44 candidaturas a estas subvenções, tendo sido selecionados 25 propostas, contemplando um investimento no valor de 6.125.000,00 dobras (250.000,00 euros).
Na cerimónia de inauguração destas obras, que incluiu a entrega do último cheque às associações, bem como dos certificados de reconhecimento pela boa execução dos trabalhos, estiveram presentes os Presidentes das Associações Nova Riqueza e Valentes, Edilson Sanches e Otávio dos Santos, respetivamente, o Presidente da CEPIBA, Ricardino de Ceita, o Presidente da CECAFEB, Hipólito Sanches, o Diretor Executivo da CECAFEB, Luís Mário de Almeida, o Representante da Câmara Distrital de Lobata, António Ramos, a Coordenadora Local do PAFAE, Zélia Soares, representantes do Comando Distrital da Polícia de Lobata, bem como os membros de ambas as associações e da equipa do PAFAE.
O Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE) de São Tomé e Príncipe é financiado pela União Europeia e pelo Camões, I.P. e implementado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) em estreita parceria com o Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP) de São Tomé e Príncipe e tem vindo a contribuir para a fortalecimento da economia e a criação de emprego em São Tomé e Príncipe no setor das fileiras agrícolas de exportação.