Apoiar o fortalecimento do sistema nacional de saúde são-tomense, cooperando e contribuindo para a capacitação dos profissionais de saúde locais, tem sido parte fundamental do trabalho contínuo das missões médicas que se deslocam regularmente a São Tomé e Príncipe no quadro do Projeto Saúde para Todos – Consolidação do Sistema Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe.

Entre os dias 18 e 25 de outubro, uma equipa coordenada pela cirurgiã geral do Hospital Lusíadas (Lisboa), Dra. Ana Rita Roque, que incluiu mais dois cirurgiões gerais e uma anestesista do Hospital Beatriz Ângelo, realizou, no Hospital Central Dr. Ayres de Menezes (HAM), em São Tomé, 30 intervenções cirúrgicas, incluindo laparoscopias, em 27 doentes, e 4 cirurgias urgente, em articulação com a equipa de cirurgiões residentes de urgência no hospital. Foram também realizadas 70 a 80 consultas (entre primeiras consultas e consultas de retorno), com os principais diagnósticos de hérnia e colelitíase.

A atividade formativa continua a ser parte essencial em todas as missões médicas, como forma de partilhar conhecimentos e experiências e promover o debate entre pares. Na manhã do último dia de missão foi apresentado, junto dos profissionais de saúde do HAM, o tema “Litíase Vesicular”.

A Dra. Ana Rita Roque considerou que “foi muito gratificante poder colaborar com os colegas de cirurgia residentes de urgência no HAM. Esta interação ajudou-nos a compreender melhor a realidade do hospital e as dificuldades com que se confrontam os colegas de cirurgia que aí trabalham e também a forma diligente como as abordam e resolvem. Esta foi uma experiência enriquecedora para ambas as partes.”

Uma evolução positiva

Desde novembro de 2022 que, duas vezes por ano, durante uma semana, a Missão de Cirurgia Geral exerce, lado a lado com as equipas locais, atividade clínico-cirúrgica e formativa no HAM. Desde então, já foram realizadas cerca de 130 intervenções cirúrgicas, das quais 50% corresponderam ao tratamento de hérnias.

Segundo relata a Dra. Ana Rita Roque, “foram operadas 27 vesículas biliares, tendo sido 23 feitas por laparoscopia e apenas 4 convertidas em laparotomia. Foram operadas ainda 10 tiroides e um quisto do canal tireoglosso. Esta é uma patologia onde a missão poderá ser eventualmente mais útil, aumentando o número de pacientes tratados.” E conclui. “De uma forma global, tem-se verificado uma evolução muito favorável desde o início das missões, havendo, no entanto, necessidade de manter ativa a manutenção e stock de material cirúrgico e consumíveis de uso frequente.”

Por fim, a cirurgiã geral considerou que os objetivos desta missão foram plenamente atingidos e referiu: “O espírito de equipa é cada vez mais consistente e há um extraordinário acolhimento pela equipa cirúrgica do HAM: médicos, enfermeiros do bloco e da enfermaria, e auxiliares de ação médica. Foi muito gratificante esse mesmo espírito estender-se também aos outros médicos residentes do HAM na entreajuda que se estabeleceu.”

O Programa Saúde para Todos tem vindo a contribuir de forma decisiva, ao longo de diversas fases e em várias valências, para a crescente acessibilidade, equidade e eficácia na prestação de cuidados de saúde de qualidade em São Tomé e Príncipe. O atual projeto Saúde para Todos – Consolidação do Sistema Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe é implementado pela AMVF– Associação Marquês de Valle Flôr, com o apoio do IMVF em estreita parceria com o Ministério da Saúde de São Tomé e Príncipe e financiado pelo Camões, I.P. e pela Secretaria-Geral do Ministério da Saúde de Portugal.

 

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