São Tomé, a “Ilha do Chocolate”, recebeu entre os dias 5 e 9 de novembro uma missão colombiana no âmbito do intercâmbio de conhecimentos e boas práticas entre técnicos, produtores e outros atores ligados à fileira do cacau da Colômbia e de São Tomé e Príncipe. Uma iniciativa promovida pelo Projeto Bioagrodiversidade do Cacau e Resiliência Climática – Cooperação Triangular entre Colômbia, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Durante a visita, os técnicos da  COMPCAP – uma cooperativa de produtores de cacau dos municípios de El Paujil e El Doncello, em Caquetá –, Edison Pérez e Adriana Valencia, e da Red Adelco – organização parceira do IMVF na implementação de projetos de cooperação para o desenvolvimento na Colômbia –, Alejandro Majé e Carolina Mora, foram recebidos pelos dirigentes das duas cooperativas de cacau de São Tomé e Príncipe: CECAQ-11 – Cooperativa de Exportação de Cacau de Qualidade e CECAB – Cooperativa de Produção e Exportação de Cacau Biológico. Como resultado, tiveram oportunidade de visitar as instalações de diferentes associações de produtores de cacau: os seus viveiros comunitários, armazéns de fermentação, secadores, bem como parcelas de agricultores com produção de cacau biológico, cultivado em sistemas agroflorestais. Complementando a cadeia, ficaram a conhecer também infraestruturas de transformação, nomeadamente as fábricas de chocolate da CECAB e da Cláudio Corallo. Também parceiro neste projeto, o CIAT – Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica de São Tomé e Príncipe, organizou uma visita guiada às suas instalações, com destaque para os laboratórios de análises e para o banco de germoplasma de cacau.

Na presença dos anfitriões, Sidney Costa, do CIAT e Onofre Neto, da CECAB, que participaram no intercâmbio homólogo, realizado na Colômbia (entre 15 e 20 de setembro, em Caquetá), foi ainda promovido um diálogo aberto com os participantes, mediante a apresentação do trabalho desenvolvido pelo IMVF em São Tomé e Príncipe (projetos PAFAE – Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação de São Tomé e Príncipe e Nossa Terra – Nosso Futuro). A esta equipa, foi também apresentada a ação da COMPCAP e da Red Adelco nos seus territórios, permitindo uma análise bilateral e uma reflexão conjunta.

Ao longo deste intercâmbio foram discutidas práticas agroecológicas – aspetos relacionados com a produção, produtividade e qualidade do cacau, estratégias de rastreabilidade, bem como modelos de associativismo e cooperativismo. Através de uma troca de experiências, metodologias e ferramentas práticas, houve uma aprendizagem mútua que permitiu reforçar a cooperação entre atores e instituições com ligação à cadeia de valor do cacau.

O Projeto Bioagrodiversidade do Cacau e Resiliência Climática – Cooperação Triangular entre Colômbia, Portugal e São Tomé e Príncipe tem vindo a contribuir para a mitigação das alterações climáticas e para valorização da biodiversidade através do conhecimento científico e da partilha de boas práticas que promovam o desenvolvimento socioeconómico e a implementação de sistemas agroflorestais com ênfase no cacau, na Colômbia e em São Tomé e Príncipe.

Este projeto, financiado pela Secretaria-Geral Ibero-Americana (SEGIB) e pelo Camões, I.P., é desenvolvido em parceria pela Associação Marquês de Valle Flôr (AMVF), o Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), a Universidade de Évora, de Portugal, a Red Adelco e o Instituto SINCHI, da Colômbia, e o Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica (CIAT), de São Tomé e Príncipe.

 

Spread the love