Provenientes do Gana, chegaram a São Tomé e Príncipe 14 mil sementes de coco correspondentes a 7 diferentes variedades ao abrigo do memorando de entendimento estabelecido entre o IMVF – Instituto Marquês de Valle Flôr, o CIAT – Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica de São Tomé e Príncipe e o CSIR – Council for Scientific and Industrial Research. As novas sementes chegaram num momento crucial para impulsionar esta fileira, nomeadamente para colmatar a escassez de variedades de coco destinadas à produção de água de coco – um défice que tem levado à utilização de variedades vocacionadas para óleo em ambas as cadeias de valor, comprometendo a sustentabilidade do setor.
A distribuição destas sementes seguiu dois critérios principais: 1) a entrega direta a entidades estratégicas, tais como a Cooperativa de Produtores de Coco “Condja da Mungu”, o Governo Regional do Príncipe e os proprietários dos terrenos que irão acolher os novos bancos de germoplasma (locais onde se conserva material genético para uso presente e futuro, possibilitando atividades de pesquisa científica, propagação vegetativa, entre outras aplicações de interesse agrícola, ambiental e científico), que serão instalados com o apoio do Projeto Nossa Terra – Nosso Futuro; e 2) concurso público dirigido a produtores individuais e empresas, através do qual foram selecionados 16 beneficiários interessados na produção de coco.
Neste momento, encontram-se instalados viveiros que reúnem todas as variedades importadas – cinco destinadas à água de coco e duas ao óleo – que se localizam no Centro de Aperfeiçoamento Técnico Agropecuário (CATAP), na localidade de Ribeira Peixe (zona sul de São Tomé), e na Região Autónoma do Príncipe. Estes espaços poderão ser visitados mediante agendamento prévio junto da equipa do Projeto Nossa Terra – Nosso Futuro.
A equipa do Projeto Nossa Terra – Nosso Futuro encontra-se a prestar apoio técnico à instalação e manutenção dos viveiros comunitários, bem como dos viveiros dos beneficiários do concurso público, garantindo, assim, melhores práticas de cultivo e uma maior taxa de germinação. No início do próximo ano, as mudas de coqueiro destes viveiros serão transplantadas para o local definitivo, ou seja, para os espaços que irão acolher os bancos de germoplasma. Até lá, o objetivo é assegurar que a maior parte das sementes germinem com sucesso, criando mudas saudáveis que irão reforçar, a longo prazo, a fileira do coco em São Tomé e Príncipe.
Com esta iniciativa, o país dá um passo importante na diversificação agrícola, na sustentabilidade das suas cadeias de valor e na preparação de bases científicas e genéticas para futuras gerações de produtores.
O Projeto Nossa Terra – Nosso Futuro dá continuidade aos progressos alcançados pelo PAFAE – Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação de São Tomé e Príncipe, reforçando a capacitação dos atores do setor e criando condições para melhorar a qualidade e aumentar a produção, de forma sustentável, das fileiras de exportação tradicionais. Assim como no PAFAE, esta nova ação propõe também uma abordagem sistémica e integrada das fileiras agrícolas de exportação, promovendo práticas agrícolas sustentáveis que respeitam os ecossistemas locais e os sistemas agroflorestais biodiversos e resilientes.
O Projeto Nossa Terra – Nosso Futuro é financiado pelo Camões, I.P., implementado pela AMVF – Associação Marquês de Valle Flôr com o apoio do IMVF – Instituto Marquês de Valle Flôr, em estreita parceria com o Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas de São Tomé e Príncipe e tem como objetivos específicos consolidar as fileiras de exportação, através da implementação de boas práticas agroecológicas, do reconhecimento dos produtos são-tomenses no mercado, e da inclusão do agroturismo para diversificação do rendimento das famílias dos agricultores.






