A sede da Associação de Produtores de Cacau de Qualidade/Bio da Comunidade de Apolónia – “Apolonense”, construída com o apoio do Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE) de São Tomé e Príncipe foi inaugurada na manhã do dia 22 de novembro, na comunidade de Apolónia, no distrito de Cantagalo, na presença do Chefe de Cooperação da UE nos Camarões, Jerôme Pons e do Adido para a Cooperação da Delegação da UE em Libreville, Davide Morucci.

A comitiva teve oportunidade de ficar a par das ações que o PAFAE tem vindo a desenvolver, através de uma apresentação levada a cabo pela equipa de coordenação local, mostrando os resultados alcançados e o impacto das atividades implementadas.

A par da inauguração da sede da Associação, houve também oportunidade de visitar o Centro de Processamento de Cacau de Apolónia, também construído com o apoio do PAFAE, que inclui quatro secadores, sendo um melhorado e três tradicionais, uma casa de fermentação e um armazém.

A sede da Associação de Produtores de Cacau de Qualidade/Bio da Comunidade de Apolónia – “Apolonense” foi construída no quadro da atividade de apoio à criação/renovação de espaços associativos/comunitários, com obras concluídas em 16 sedes de associações de produtores de pimenta, cacau, café e coco beneficiárias do PAFAE, num investimento global de 4.707.560,00 Dbs (192.145,00 Euros).

Com esta ação, a Associação – que conta com 39 produtores, dos quais 14 são mulheres –, tem agora ao dispor um espaço para a gestão associativa (realização de formações, reuniões e encontros associativos). De acordo com um modelo participativo, a gestão da obra ficou a cargo dos membros da associação, permitindo, assim, o reforço da capacidade de governança, transparência, responsabilidade, prestação de contas e participação dos membros nas decisões estratégicas.

Apesar do isolamento imposto pelas dificuldades das vias de acesso e ausência da rede elétrica pública, a comunidade de Apolónia apresenta um potencial de produção de cacau de qualidade, tendo obtido, em 2023, uma produção de 31 toneladas de cacau em goma/fresco, equivalente a 12 toneladas de cacau seco e, em 2024, uma produção de 50 toneladas de cacau em goma/fresco, equivalente a 16 toneladas de cacau seco. Este facto demonstra uma trajetória ascendente na produção e valorização de cacau. De salientar também que a construção do Centro de Processamento de Cacau, em 2022, permitiu imprimir uma nova dinâmica económica e social, trazendo uma maior fixação da população local.

A cerimónia de inauguração contou com a presença do Assessor do Ministro de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Carlos Pascoal, do Representante do Presidente da Câmara Distrital de Cantagalo, Jorge dos Santos, do Adido para a Cooperação da Delegação da UE em Libreville, Davide Morucci, do Chefe de Cooperação da UE nos Camarões, Jérôme Pons, do Representante do IMVF, Dr. António Lima, do Diretor Executivo da CECAQ-11, Adalberto Luís, do Presidente da Associação de Produtores, Esmael Conceição, e dos membros da associação.

O Assessor do Ministro de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Carlos Pascoal, em nome do Ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, manifestou a sua “satisfação por sentir que estamos no caminho certo rumo ao desenvolvimento da cultura do cacau, produto esse que continua a figurar, apesar de tudo, como principal produto de exportação de STP, e cuja cultura representa a principal atividade económica produtiva do país, a base da atividade laboral de uma importante franja da sociedade e uma fonte indiscutível de rendimento para muitas famílias, que por opção de vida se dedicaram à cultura do cacau.” E acrescenta: “O nosso cacau possuiu uma reputação assente na sua elevada qualidade que precisa de ser preservada, sobretudo quando sabemos, que pela sua dimensão geográfica o nosso país não pode competir por via da quantidade com os demais produtores, apenas por via de qualidade”.

Considerou também que “o chocolate nos nossos dias é uma das maiores paixões mundiais, aliás basta dizer que é difícil achar alguém que não goste pelo menos do aroma do chocolate. Na realidade, trata-se de uma história que deve ser preservada e valorizada por todos os são-tomenses, não só pela sua importância na economia do país, como também pela experiência de um ecoturismo de chocolate que o país pode oferecer a todos quantos visitam este destino (…)”.

O Chefe de Cooperação da UE nos Camarões, Jérôme Pons, salientou que “a União Europeia, apraza-se com este apoio que contribui para a implementação dos planos nacionais de desenvolvimento que têm como principais objetivos aumentar a produção e a diversificação, e expandir o cultivo e a exportação.” E concluiu: “A União Europeia pretende continuar o apoio à implementação das políticas agrícolas de São Tomé e Príncipe, através de uma abordagem que estimule a transição para uma economia verde, que respeite o ambiente e permita o desenvolvimento sustentável.”

O Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE) de São Tomé e Príncipe é financiado pela União Europeia e pelo Camões, I.P. e implementado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) em estreita parceria com o Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas (MADRP) de São Tomé e Príncipe e tem vindo a contribuir para a fortalecimento da economia e a criação de emprego em São Tomé e Príncipe no setor das fileiras agrícolas de exportação.

 

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