A Dr.ª Celeste Alves, médica do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca e da Fundação Champalimaud, e chefe da missão da especialidade de Radiologista no âmbito do projeto Saúde para Todos – Rumo à Sustentabilidade esteve em São Tomé e Príncipe entre 29 de setembro e 6 de outubro de 2018, tendo pela primeira vez exercido atividade no Hospital Dr. Manuel Quaresma Dias da Graça, na Região Autónoma do Príncipe.

A missão à ilha do Príncipe decorreu durante 2 dias e teve como objetivo fazer o levantamento da patologia mamária e a observação mamária e ecografia às mulheres com mais de 40 anos, previamente triadas. Foram abrangidos os centros de saúde de Santo António, Aeroporto, Sundi, Nova Estrela, Picão e Porto Real. No total foram observadas 90 mulheres, com observação clínica e realização de exames de ecografia.

Na ilha do Príncipe não existem técnicos de radiodiagnóstico, médicos radiologistas, nem serviço de radiologia organizado.

Foi realizada formação sobre: física das radiações e a sua interação com os seres humanos; formação da imagem radiológica; efeitos prejudiciais das radiações nos seres humanos; doses de radiações em função do exame pretendido; anatomia radiológica; posicionamento técnico radiológico; instalação de protocolos na workstation do equipamento, para os exames mais frequentes. Foi também realizada formação em sala, de vários exames das diferentes áreas anatómicas.

No Hospital Ayres de Menezes, em São Tomé, a atividade desenvolveu-se durante 4 dias, lado a lado com as técnicas locais de radiologia Lúcia Ferreira e Anicolette Mata. Foram feitos exames de mamografia, ecografia mamária e ecografia geral, bem como exames de TAC, exames digestivos com contraste baritado e exames de Rx Convencional. Foram também realizadas 5 microbiópsias, com o diagnóstico de 4 lesões malignas da mama, tendo sido solicitada a evacuação para Portugal.

Por fim, foi ainda ministrada uma palestra com o resumo das atividades desenvolvidas na ilha do Príncipe e a abordagem à patologia mamária – diagnóstico e intervenção, dirigida ao corpo clínico do Hospital Ayres de Menezes.

“Aquilo que continua a ser mais marcante em cada missão é o número de cancros de mama diagnosticados e a falta de soluções para o tratamento local desta patologia e de toda a patologia maligna”, afirma Celeste Alves, que resume a sua experiência. “Em cada missão há sempre algo que me faz crescer como ser humano”.

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