No âmbito da missão de Imagiologia do Saúde para Todos – Rumo à Sustentabilidade, coordenada pela médica portuguesa Dr. Celeste Alves (Fundação Champalimaud e Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca) foi desenvolvido um estudo de diagnóstico relativo ao panorama do cancro da mama em São Tomé e Príncipe. Foram também abordados os desafios da implementação do registo oncológico no país.
Este registo requer um enquadramento jurídico-legal e a sistematização ao nível da recolha e analises dos dados de todos os doentes oncológicos no arquipélago são-tomense, pelo que constitui uma prioridade no âmbito da prevenção e controlo do cancro. É uma ferramenta útil para conhecer a informação sobre a incidência, prevalência e mortalidade por cancro, direcionar recursos para tratamento e prevenção, planear e implementar estratégias de controlo do cancro, bem como planear medidas de saúde pública e investigação.
No âmbito da missão de maio de 2019 foi ainda apresentada uma palestra ao corpo clínico do Hospital Ayres de Menezes, na cidade de São Tomé, sobre a importância dos registos dos doentes em geral e do registo oncológico em particular, na qual se referiu que todos os países devem ter pelo menos um registo oncológico de base populacional com o objetivo de orientar/definir prioridades e intervenções.
O poster apresentado no 16.º Congresso Nacional de Oncologia, que decorreu entre 28 e 30 de novembro no Centro de Congressos do Estoril, refere que:
Os registos oncológicos de base populacional constituem evidência essencial para informar a adoção de políticas de saúde e impulsionar a investigação.
Em África, o cancro está a tornar-se rapidamente num dos principais problemas de saúde. No entanto, dados sobre a incidência e mortalidade não estão disponíveis. Apenas 2% da população do continente Africano está coberta por registos.
O cancro da mama (CM) em São Tomé e Príncipe (STP), constitui um problema de saúde pública. O diagnóstico atempado é possível através de análise imagiológica, das lesões mamárias, mamografia e ecografia mamária desde 2014, com realização de biópsia que é enviada posteriormente para processamento técnico e diagnóstico num hospital em Portugal, através de um circuito clínico que inclui a anatomia patológica, em regime de externalização.