O primeiro WorkLab Tese I: “Os jovens e as narrativas sobre as migrações” organizado em Portugal pelo projeto TAS – Tese, Antítese, Síntese – Migration Labs decorreu na tarde do dia 2 de junho, através da plataforma online Zoom, juntando 29 participantes. Foram debatidas temáticas relacionadas com as narrativas contemporâneas, os preconceitos e estereótipos junto dos migrantes e os mitos e as realidades sobre as migrações.
Partindo da definição de jovem das Nações Unidas em que se reconhece que “Os jovens são uma força para o desenvolvimento” e dos dados que revelam que, em 2017, o número de jovens a viver fora do seu país de origem era cerca de 28 milhões (representando aproximadamente, 11% da população mundial migrante) foram abordados temas como o papel dos jovens nas migrações, fatores push and pull das migrações e os efeitos positivos das mesmas, na apresentação de Emellin de Oliveira do Centro de Investigação & Desenvolvimento sobre Direito e Sociedade (CEDIS) da Universidade Nova de Lisboa.
A investigadora salientou que entre os fatores que empurram os jovens a migrar encontram-se o desemprego; a insegurança (perseguições e violações de direitos humanos); a escassez de recursos; a instabilidade política e/ou económica e também outras causas ambientais. Por outro lado, são precisamente as respostas positivas a estas condições, que atraem os migrantes para determinada sociedade, ou seja, a disponibilidade e melhores condições de emprego; a segurança e proteção; a liberdade de religião, de participação política, de associação, de expressão, etc.; a disponibilidade de recursos e a segurança ambiental.
Foram, ainda, apresentados exemplos concretos e muito positivos das migrações para as sociedades, como o aumento de remessas e o apoio ao desenvolvimento (país de origem ou residência habitual); o aumento da população jovem, a diversidade cultural; a diversidade de técnicas e estratégias para resolução de questões locais, entre outros.
O debate que se seguiu procurou, por um lado identificar outros dados e realidades que os jovens conhecem sobre este tema, de forma a contribuir para a revelação de dados concretos e verdadeiros sobre a migração e também auscultar os jovens participantes sobre os principais preconceitos e estereótipos que ouvem associado à figura da pessoa migrante, partindo da definição dos próprios termos.
Estereótipo para mim, é categorizar pessoas em pequenas caixas de uma certa forma para as definir ou até inclusive diminuí-las. O preconceito é julgar, diferenciar alguém de uma forma mais hostil, sem qualquer fundamento objetivo, às vezes ligado pelo senso comum, do que nos é passado pela nossa cultura ou a nossa educação em casa – Vanessa
Preconceito é uma ideia pré-existente, que na maior parte das vezes se transmite de uma forma negativa ou desfavorável, que é baseada em julgamentos e generalizações e que por norma não tem base em factos, é um juízo de valor – Inês
Preconceito é uma predisposição que influência negativamente as nossas atitudes e as nossas ações perante pessoas de uma cultura ou de uma origem diferente. – Telmo
Estereótipos tem a ver com imagens ou ideias que formamos sobre uma pessoa ou grupo. – Milton
Para mim o estereótipo seria uma pré-conceção de uma imagem, um mito, uma fantasia. E o preconceito seria um sintoma do próprio estereótipo que a gente cria. – Barbara
Numa altura em que cada vez mais existem falsas notícias relacionadas às migrações, só a verdade e o conhecimento sobre o tema permite contribuir para um diálogo sério que possa conduzir à adoção de políticas públicas mais justas.
Os participantes do primeiro WorkLab revelaram o seu empenho em contribuir para narrativas assentes em factos reais e aguardam com expetativa os próximos WorkLabs. Se queres fazer parte da mudança e participar neste diálogo alargado, envia-nos um e-mail para info@imvf.org, com os teus dados e junta-te a nós no próximo WorkLab.
Os WorkLabs dirigem-se a todos os jovens entre os 18 e os 30 anos, empenhados na promoção da justiça social e motivados para a transformação social, económica, política e ambiental. Se, como nós, acreditas que é necessário promover a justiça social e agir para a transformação social, política, económica e ambiental, junta-te ao grupo.
O projeto TAS – Tese, Antítese, Síntese – Migration Labs pretende contribuir para a promoção da cidadania europeia e melhorar as condições de exercício das participações cívicas e democráticas na União Europeia, desenvolvendo mecanismos para uma melhor compreensão do processo de elaboração de políticas de migração da União Europeia, por parte dos seus cidadãos e criar oportunidades específicas de participação social, intercultural e de voluntariado.