O novo Laboratório de Citologia de Água Grande, reabilitado e equipado no quadro do projeto Saúde para Todos – Consolidação do Sistema Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe, financiado pela Cooperação Portuguesa, é o primeiro do país onde se podem processar amostras recolhidas do colo do útero, essenciais ao rastreio oncológico da população são-tomense.
Esta unidade laboratorial foi apetrechada com equipamentos e consumíveis e foi também apoiada a formação teórica e prática de dois profissionais de saúde são-tomenses na Escola Superior das Tecnologias da Saúde e no IPO de Lisboa, que estão agora capacitados para realizar colheitas e a posteriori tratamentos no país após o diagnóstico.
Este é um investimento que se traduz num reforço dos cuidados de saúde, preventivos primários e especializados, com vista ao aumento da capacidade de resposta dos serviços de saúde e à consequente melhoria da qualidade de vida das mulheres são-tomenses.
A inauguração aconteceu na presença da Senhora Ministra da Saúde e dos Direitos da Mulher, Angela Costa, da Embaixadora de Portugal em São Tomé e Príncipe, Cristina Moniz, do Presidente do Conselho de Administração do IMVF, Paulo Freitas, do Administrador Executivo e Diretor de Projetos do IMVF, Ahmed Zaky, da Delegada de Saúde do Distrito de Água Grande, Bonanza Aragão, da equipa médica em missão de Anatomia Patológica e Ginecológica, coordenada pela Dra. Lucília Gonçalves, do Hospital Fernando da Fonseca e pelo Dr. Luís Vieira Pinto, da Fundação Champalimaud, em Portugal, bem como dos profissionais de saúde são-tomenses da delegacia de Saúde de Água Grande.
Este importante marco alia-se à campanha de rastreio do cancro do colo do útero – que terá o seu início oficial no dia 8 de março, data simbólica devido à comemoração do Dia Internacional da Mulher. Este rastreio, que arrancará numa primeira fase no distrito de Água Grande, beneficiará as mulheres que este ano completam 35, 45, 55 anos e que não tenham queixas do foro ginecológico, “porque podem não ter queixas e já terem alguma lesão, ainda que menos grave, mas que pode evoluir para algo mais grave”, como afirmou a Dr. Lucília Gonçalves.
O cancro do colo do útero é evitável e o diagnóstico e tratamento precoces evitam evacuações médicas e garantem uma saúde de qualidade no país. Foi nesse sentido que a sociedade civil são-tomense foi sensibilizada para uma maior participação neste rastreio, numa conferência sobre o rastreio e prevenção do cancro do colo do útero que decorreu no Centro Nacional de Endemias.
O projeto Saúde para Todos – Consolidação do Sistema Nacional de Saúde de São Tomé e Príncipe é implementado pela AMVF – Associação Marquês de Valle Flôr, com o apoio do IMVF em estreita parceria com o Ministério da Saúde e dos Direitos das Mulheres de São Tomé e Príncipe e financiado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e pela Direção-Geral da Saúde de Portugal.