A mais recente aposta do projeto Territórios Sustentáveis para a Paz em Caquetá, na Colômbia, é a construção de uma pequena fábrica de chocolate no município de El Paujil e, consequentemente, a criação de uma cadeia de produção inteiramente local. A 1.ª pedra foi lançada em julho e a fábrica ficará a cargo da Chocoamazonic, juntamente com outros atores ligados ao contexto do cacau e chocolate, como o comité de cacaueiros departamental e a associação Chocopeneia. A Chocoamazonic é uma associação de mulheres que, com o apoio do projeto, foram capacitadas para coordenar os processos administrativos e operacionais ligados à sua gestão.

De salientar que o projeto promoveu também uma formação especializada na área da produção de chocolate Bean to Bar, processo que exige um saber-fazer muito particular. Tanto estas mulheres e as suas famílias, como os produtores a quem vão comprar o cacau, vão beneficiar diretamente da agregação de valor criada com a transformação local do cacau e comercialização do chocolate.

O lançamento da 1.ª pedra para a construção desta unidade contou com a presença da Embaixadora de Portugal na Colômbia, Gabriela Soares da Albergaria, do Chefe de Cooperação da União Europeia na Colômbia, Francisco García, da Alcaidessa de El Paujil, Liliana Cuellar Floriano, da Administradora Executiva do IMVF, Carolina Quina e do Diretor Executivo da Red Adelco, Carlos Callejas, bem como de representantes do Governo colombiano. 

Na região de Caquetá, as condições geográficas e climatéricas revelam-se apropriadas para o cultivo de cacau. Este produto, que no mercado pode atingir preços muito competitivos, constitui uma componente essencial da estratégia de desenvolvimento deste território na era pós-conflito.

O projeto Territórios Sustentáveis para a Paz em Caquetá tem vindo a investir na melhoria dos processos de produção e pós colheita com o objetivo de obter um cacau de qualidade superior, comercializável a preços mais altos de que aqueles praticados nos circuitos convencionais em mercados especializados.

Decorreram, assim, ações de capacitação e assistências técnicas aos produtores, com ênfase nas práticas de cultivo do cacau, no aperfeiçoamento das técnicas pós colheita, permitindo a obtenção de um produto final de maior qualidade. Foi ainda apoiada a vinculação de um grupo de 50 produtores a um processo de certificação biológica e promovida a sua ligação a compradores de cacau biológico e de qualidade superior na Europa. Importa ainda destacar o foco na promoção de práticas agrícolas sustentáveis, adaptadas ao ecossistema amazónico da região, através da realização de Escolas de Campo Agrícolas em Permacultura e Sistemas agro florestais bio diversos, dentro dos quais o cacau se assume como uma entre várias produções agrícolas.

Contudo, nem todo o cacau produzido em Caquetá, pelas suas características genéticas e organoléticas menos distintas, é comercializável em mercados internacionais. Este tipo de cacau poderá ser transformado localmente em chocolate de mesa e, posteriormente, comercializado ao nível regional e nacional, assumindo assim um papel importante na região ao contribuir para a subsistência de muitas famílias de produtores.

Este projeto é implementado pelo IMVF e pela Red Adelco e financiado pelo Fundo Fiduciário da União Europeia para a Paz na Colômbia, cofinanciado pelo Camões, I.P., e conta com contribuições da governação local do Departamento de Caquetá e dos municípios de La Montañita e El Paujil, bem como de empresas privadas portuguesas presentes na Colômbia.

 

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