O evento de apresentação dos resultados do projeto UE-ACTIVA – Ações Coletivas e Territoriais Integradas para a Valorização da Agricultura – Eixo 1: Governação Territorial decorreu no dia 10 de setembro, no Hotel Coimbra, em Bissau.

O evento contou com a presença de 85 pessoas, entre representantes dos governos das regiões-alvo do projeto, das direções regionais de agricultura, de entidades beneficiarias, de parceiros, e de vários órgãos de comunicação social, que em muito enriqueceram o debate.

A sessão de abertura contou com a intervenção de Rui Fonseca, Chefe de Gabinete da Ministra da Agricultura e Florestas da Guiné-Bissau, Nelvina Barreto, que, em representação da Ministra, reconheceu que as ações do projeto “resultaram na melhoria das condições socioeconómicas das 3 regiões alvo do projeto (Bafatá, Quinara e Tombali), apesar dos constrangimentos ligados ao contexto de instabilidade política e institucional”.

Salientou ainda que este projeto é “o exemplo e a referência de uma parceria e colaboração bem-sucedida, em que diferentes entidades e intervenientes, trabalham em harmonia, em concertação e complementaridade para a transformação e melhoria das condições de vida das nossas populações.”

Por fim, agradeceu, em nome do Governo da Guiné-Bissau “à equipa do projeto e a todos aqueles que permitiram o sucesso das diferentes atividades”. E acrescentou. “Queremos garantir que tudo faremos para que os resultados alcançados sejam perenizados”.

Celestino Sá, da Rede de Soberania e Segurança Alimentar Nutricional da Guiné-Bissau (RESSAN-GB), e de Leonor Queiroz e Mello, do IMVF – entidades implementadoras do projeto – apresentaram os resultados alcançados ao longo dos últimos 4 anos, tendo a apresentação sido intercalada com a exibição de pequenos vídeos com testemunhos de diferentes beneficiários do projeto. Seguiu-se o espaço de perguntas & respostas e debate.

A sessão de encerramento contou com as intervenções de António Nunes, adido para a Cooperação na Guiné-Bissau e da recém-empossada Chefe da Cooperação da Delegação da União Europeia na Guiné-Bissau, Simona Schlede.

No seu discurso, António Nunes realçou que o projeto privilegiou “a prossecução desta dinâmica de concertação, seja através da comunicação continuada com as restantes componentes do Programa, seja através das pontes criadas com os acima referidos detentores de interesse [IMVF e RESSAN-GB], bem como com outros projetos desenvolvidos na sua vizinhança, alinhando e capitalizando o impacto da respetiva intervenção.” Em resumo, acrescentou. “Esta é uma boa oportunidade para a Guiné-Bissau recuperar o tempo perdido com a instabilidade política que se viveu durante 4 anos, cabendo aos financiadores e parceiros internacionais tentar corresponder às prioridades definidas pelas Autoridades da Guiné-Bissau, trabalhando em estreita articulação com as mesmas e privilegiando sempre a sustentabilidade dos resultados obtidos com as respetivas intervenções.

Já Simona Schlede agradeceu o convite para estar presente no evento, salientado que “a Agricultura é uma área muitíssimo importante para a Guiné-Bissau”. Acrescentou. “Fico contente por ter visto o sucesso e os resultados positivos que conseguimos alcançar, e quero agradecer ao IMVF que teve um papel essencial nestes resultados, e também assegurar que a União Europeia continua presente, engajada, nomeadamente com o lançamento recente do Programa Ianda Guiné!, e que juntamente com os parceiros e a população guineense podemos ir para a frente e fazer o que este povo merece”.

Da parte da tarde foi exibido o documentário “Valorização Agrícola, Caminhos para a Soberania Alimentar”, que retrata o processo de reabilitação de bolanhas na ilha de Komo, em Tombali, que serviu de base à reabilitação de bolanhas na região de Quínara. De salientar que a reabilitação de bolanhas permitiu aumentar a produção de arroz, produto base da alimentação da população guineense e, assim, melhorar a segurança alimentar e nutricional das comunidades das regiões-alvo da intervenção do projeto. Foi também apresentada a metodologia utilizada e os resultados alcançados no processo de reabilitação de bolanhas, uma das principais atividades do projeto.  

Leonor Queiroz e Mello, coordenadora do projeto na Guiné-Bissau referiu que foram feitas várias atividades e investimentos nas 3 regiões-alvo do projeto – Bafatá, Quínara e Tombali – nomeadamente ao nível da construção de mercados, e reforça que o Governo tem um papel muito importante nos Planos de Desenvolvimento Agrícola Regionais (PDAR), dado que os mesmos “não são propriedade do projeto, são propriedade do Ministério da Agricultura e, por isso, é muito importante que o Ministério se aproprie e os use efetivamente”. E acrescenta. “Fizemos os mercados, mas os mercado têm uma gestão partilhada entre a comunidade e os governos, se os governos não participarem a comunidade sozinha não consegue fazer nada, por isso também é muito importante”. 

No final, Leonor Queiroz e Mello demonstrou a sua satisfação em relação ao evento. “Foi muito bom, tivemos a sala cheia, de amigos, de pessoas que trabalharam connosco ou que se cruzaram connosco ao longo do projeto. Foi uma oportunidade para partilhar os resultados com todos. E acrescenta: “Partilhámos o que correu bem, o que não correu tão bem, as experiências que tivemos e que podem ser usadas noutros projetos, e acho que conseguimos transmitir bem, não só aquilo que foi o projeto, mas também a vivencia da equipa ao longo destes 4 anos”. 

O UE-ACTIVA | Eixo 1: Governação Territorial, financiado pela União Europeia, com o apoio do Camões, I.P. e implementado pelo IMVF e pela RESSAN-GB, decorreu entre julho de 2015 e setembro de 2019, nas regiões de Bafatá, Quinara e Tombali, na Guiné-Bissau.

Este projeto contribuiu para a melhoria das condições económicas e sociais da população, em particular nas regiões de Bafatá, Quínara e Tombali e para a promoção da melhoria da governação territorial nessas regiões, através do reforço da sociedade civil.

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