Afinal, o que é uma Cidade do Zero?

A Cidade do Zero – organizada pela ativista de sustentabilidade Catarina Barreiros  teve como objetivo desafiar-nos a imaginar como podemos tornar as nossas cidades e o nosso consumo mais sustentável. Este caminho é um jogo de números: ao mesmo tempo que temos de alcançar zero desperdício e zero poluição, é preciso muita motivação, inovação, ação e força de vontade. O evento contou com workshops, talks, e um mercado de produtos sustentáveis.

Projeto People & Planet marca presença na “Cidade do Zero” com 7 iniciativas sustentáveis

O projeto People & Planet quer construir de um destino comum entre pessoas e planeta. Queremos sensibilizar e mobilizar jovens, sociedade e os decisores políticos para o combate às alterações climáticas, ajudar a mudar consciências e, acima de tudo, os comportamentos de cada pessoa, rumo a um mundo mais sustentável. Foi neste contexto que dinamizou 7 iniciativas, entre as quais, workshops, sessões de sensibilização e uma exposição, na Cidade do Zero, que decorreu no Pavilhão do Conhecimento, nos dias 8, 9 e 10 de julho.

Ao longo dos três dias, contámos com a presença do Chefe Fábio Bernardino com os seus workshops de cozinha sustentável. Até as pessoas com menos experiência na cozinha aprenderam dicas simples, mas eficazes, sobre como começar a preparar refeições saborosas, mais sustentáveis, e com um menor gasto de água. Aprendemos pequenos gestos que podem fazer uma grande diferença, como a utilização de ingredientes locais e da época, ou o aproveitamento de restos de ingredientes, habitualmente desperdiçados para fazer caldos aromáticos e outros tipos de acompanhamentos.

Para as pessoas que preferem saber toda a teoria e pormenores do desafio climático que estamos a enfrentar, a sessão de Design para a Sustentabilidade” organizada por Maria Santos e a Inês Marques foi o ponto alto. Este workshop começou com o Mural do Clima, uma conversa sobre todas as causas e efeitos da crise climática atual. Como todos os problemas têm (ainda) uma solução, a segunda parte da sessão motivou a utilização de princípios do design para desenhar projetos inteligentes que combatam o desperdício e que tornem a nossa comunidade mais sustentável.

Passando dos desenhos mais conceptuais para desenhos mais artísticos, podemos referir a sessão de Doodling Climático dinamizada pelo Marc Parchow no sábado. Através de um ambiente calmo e introspetivo, o Marc ajudou todas as pessoas a relaxar e refletir sobre os efeitos que as suas próprias ações representam no meio ambiente, bem como a procurar soluções e mudanças de atitudes que possam contribuir para uma mudança positiva. 

Ainda no campo artístico, pudemos encontrar no átrio principal do evento a exposição fotográfica Antarctic Biennale 2017 (que juntou 70 cientistas e artistas de todo o mundo), organizada pelo Miguel Petchkovsky e com a participação especial da Bárbara Veiga. Esta exposição mostra o que acontece quando os mundos da arte e do ativismo se juntam para alertar para as consequências da crise climática e dos perigos da escassez de água. Com imagens igualmente bonitas e surreais, esta exposição lembrou-nos que o planeta está repleto de ecossistemas magníficos que, como consequência das alterações climáticas, estão em risco de se transformarem para sempre. Também na sexta-feira pudemos ouvir a talk da Bárbara, na qual contou em primeira mão a sua viagem pelos sete oceanos do planeta como artista ativista. 

Por fim, se a ideia de ativismo numa Antártida longínqua e inacessível parece demasiado ambiciosa, o workshop organizado na sexta-feira pela Verónica Belchior tem o efeito oposto. Como posso contribuir para o Desenvolvimento Sustentável sem ser especialista? – foi este o ponto de partida desta sessão que nos levou a espreitar o que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e como nos podemos envolver e contribuir para a sua implementação sem serem necessárias alterações de estilo de vida de proporções épicas. Ao olhar para aquilo que gostamos de fazer, aquilo que somos bons a fazer, e também aquilo que as outras pessoas nos pedem para fazer, podemos encontrar um ponto de convergência e começar a trazer a ação em prol dos ODS para as nossas ações do dia a dia. 

Todas estas sessões foram importantes para conhecer novas pessoas motivadas e comprometidas na construção de um destino comum entre pessoas e planeta. Através delas, sabemos que a defesa do ambiente e dos recursos hídricos do nosso planeta está em boas mãos.

O projeto People & Planet é financiado pela União Europeia e implementado em 8 Estados-Membros da UE e Cabo Verde, entre 2020 e 2024. Em Portugal, o projeto conta ainda com o cofinanciamento do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e é implementado pelo consórcio composto pela Câmara Municipal de Loures, pelo IMVF, pela RICD e pela FUEL. 

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